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Covid

Cientistas pedem insumos para fazer testes

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Autor/Imagem:
Alana Gandra

Duas cientistas brasileiras, Andreia Oliveira e Débora Moretti, lançaram a campanha “Taq no Covid”, cujo objetivo é ampliar a capacidade de produção dos testes diagnósticos do novo coronavírus no Brasil. Para isso, elas estão usando a startup iBench, que fundaram em 2018 para desenvolver soluções digitais para pesquisa científica e que conta com uma rede grande de apoiadores.

A campanha é gratuita e visa fazer com que os laboratórios públicos de pesquisa doem os reagentes ou insumos que não estão usando e que são necessários para a produção de kits de testagem da covid-19 aos laboratórios públicos que fazem diagnóstico da doença, causada pelo novo coronavírus. Por meio da campanha, são atendidos laboratórios que recebem amostras dos pacientes para fazer testes e os laboratórios que produzem os kits diagnóstico.

“Nas duas etapas, você precisa de insumos diferentes. O que a gente quer é pegar laboratórios de pesquisa que têm esses insumos e podem doar os insumos parados para os laboratórios que estão produzindo os testes ou fazendo o diagnóstico das amostras em si”, detalhou a biomédica Débora Moretti, em entrevista à Agência Brasil. Segundo a pesquisadora, os 400 laboratórios públicos de pesquisa existentes no Brasil reúnem em torno de 200 mil pesquisadores cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Alguns laboratórios, por exemplo, trabalham com doenças causadas por mosquitos, e usam os mesmos insumos necessários para o diagnóstico da covid-19. “São laboratórios inclusive que estão cedendo máquinas para os testes”, explicou.

A campanha conta com apoio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de organizações como a Fundação Biominas, Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e da Rede de Pesquisadores. Os laboratórios e pesquisadores podem se cadastrar no site da startup. A iBench se incumbe de agilizar o envio dos insumos aos laboratórios públicos.

Débora Moretti revelou que além dos insumos, a startup já conseguiu doações também para a produção de máscaras via impressão 3D. “Achamos que cabia bem na nossa expertise de conectar oferta e demanda, que é o que a gente mais tem feito no último ano”, disse a biomédica Débora.

Prazo
A campanha não tem prazo para ser encerrada. “Ela vai ficar aberta até a gente conseguir diminuir o ritmo de necessidade de diagnóstico da covid-19. A gente vai continuar tentando juntar essa oferta de reagentes e ajudar a demanda a ser suprida, de todos os lados que a gente puder, seja com fornecedor, seja com doação”.

Débora estimou que muitos pesquisadores temem doar os insumos necessários para a produção dos testes diagnóstico e, mais tarde, ficarem sem materiais para reposição. Ela considerou que se os laboratórios de diagnóstico também aderirem à campanha, relatando qual a demanda que têm, eles poderão ajudar a mobilizar os demais. “É preciso também um esforço do lado da demanda”. A startup está levantando ainda as empresas que têm insumos nacionais para melhorar a questão da logística

Eficiência
A ‘startup’ iBench foi criada para desenvolver soluções digitais para trazer eficiência e agilidade ao mundo da ciência, digitalizando todos os processos de gestão dos laboratórios, desde a escrita do protocolo até a prestação de contas. A primeira solução desenvolvida foi o “iBenchMarket”. A plataforma já ajudou dezenas de pesquisadores a tornarem seu processo de compras mais eficiente, conectando os melhores fornecedores à demanda dos laboratórios.

De acordo com a cofundadora da iBench, biomédica Andreia Oliveira, a startup que “nasceu com alma brasileira” já é global e busca parcerias e oportunidades em diversos mercados internacionais. “Somos catalisadores de um movimento nacional de incentivo à ciência brasileira”.

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