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Folia de Momo

Clima de Carnaval começa e foliões invadem as ruas de Olinda, Recife e Salvador

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Karolyne Alcântara - Foto Sumaia Villela/ABr

O cheiro de Carnaval já está no ar. Ele vem misturado ao suor dos ensaios de frevo nas ladeiras de Olinda, às batidas do maracatu que ressoam pelos becos do Recife Antigo e ao ecoar dos tambores do Olodum, que transformam as ruas de Salvador em palcos de um espetáculo sem igual. O folião sente antes mesmo de ver: é o bafo quente da multidão, o estalo do confete esmagado sob os pés, o tilintar das latinhas de cerveja batendo umas nas outras num brinde apressado.

Os primeiros blocos já anunciam sua chegada. Em Olinda, os bonecos gigantes começam a despertar de seu torpor anual, esperando ansiosos o momento de espiar, do alto, a festa que se avizinha. No Recife, os clarins do Galo da Madrugada ensaiam suas notas, preparando-se para arrastar multidões em um desfile que não é apenas um evento, mas uma entidade própria, um ritual que se repete e se renova a cada fevereiro. Já em Salvador, os trios elétricos testam seus equipamentos, enquanto pipocas e camarotes especulam quem serão os puxadores deste ano, quem vai reger a multidão em êxtase.

Os foliões, esses, já vivem a festa antes mesmo do apito inicial. Há quem passe o ano inteiro economizando para garantir aquele abadá disputado, quem dedique horas para aprender os passos do frevo sem desmoronar sob o calor do asfalto, quem trate a agenda do Carnaval como um roteiro de peregrinação: sexta em Olinda, sábado no Recife, domingo em Salvador, e seja o que Deus quiser na quarta-feira de cinzas.

Não há freio, não há cansaço. Há apenas essa energia bruta que contagia, esse ritmo que entra na pele e faz o corpo se mover mesmo quando a razão pede pausa. O Carnaval, afinal, não é um evento, mas um estado de espírito. E ele já começou a tomar conta de Olinda, Recife e Salvador.

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