Constança Rezende e Juliana Diógenes
No primeiro dia de visita de familiares no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, desde que veio à tona a crise no sistema penitenciário, o clima foi de tensão e preocupação. A questão que dominava a conversa dos parentes do lado de fora neste domingo, 8, era uma só: “Será que o mesmo que aconteceu no Amazonas e em Roraima também pode acontecer aqui?”
Após a visita, parentes dos presos disseram que, embora os detentos tenham relatado tranquilidade, há apreensão sobre a possibilidade de alastramento da guerra entre facções para a região Sudeste. “A guerra está declarada. Que vai haver retaliação, isso vai. Embora tenha acontecido em outros Estados, querendo ou não o sistema penitenciário é um só”, disse o irmão de um detento.
Irmã de um preso, a servente escolar Érica Poliana de Barros, de 34 anos, pegou um ônibus na sexta-feira, 6, em Minas Gerais para visitar o parente e seguiu direto para a rodoviária em seguida. Ele está preso há dois meses, e essa foi a primeira vez que Érica viu o irmão. “Assim que fiquei sabendo das mortes e das fugas em outros presídios, quis visitá-lo para saber como ele está.”