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Clima entre Coreias do Sul e Norte esquenta e guerra está por um fio, dizem analistas

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, determinou nesta sexta (21) às suas tropas que se mantenham prontas para combates na fronteira com a Coreia do Sul, informou a agência de notícias oficial da Coreia do Norte, a KCNA.

A Comissão Central Militar (CCM) norte-coreana, presidida por Kim Jong-un, aprovou um ultimato, depois de ter exigido de Seul o fim da guerra de propaganda e da ameaça de operações militares.

Essa decisão surge no momento em que as tensões se intensificaram na Península Coreana, na sequência de uma troca de tiros de artilharia entre os dois países, que colocou as Forças Armadas em alerta máximo.

De acordo com a KCNA, o líder do regime comunista determinou às unidades do Exército do povo Coreano (APC), destacadas na zona desmilitarizada (DMZ) entre os dois países, que permaneçam “em estado de guerra” a partir das 17h (local) desta sexta.

Essas tropas devem estar “completamente prontas para o combate e para lançar operações surpresa”, enquanto toda a linha da frente deve estar em “semiestado de guerra”, decretou Kim Jong-un, de acordo com a KCNA.

Essa medida surge para apoiar o ultimato apresentado nessa quinta-feira (20) a Seul, no qual Kim Jong-un exigiu o fim da guerra de propaganda e das ameaças de operações militares.

A CCM da Coreia do Norte, presidida por Kim Jong-un, aprovou o ultimato e possíveis “ataques em represália e contra-ataque ao longo de toda a zona desmilitarizada”.

O Ministério da Defesa sul-coreano rejeitou o ultimato, que termina no sábado (22) às 8h30 (hora local), acrescentando que os alto-falantes sul-coreanos na fronteira vão continuar a difundir mensagens de propaganda.

Os chefes do Estado-Maior das Forças Armadas sul-coreanas responderam diretamente ao APC, pedindo que se abstenha de “qualquer ato irrefletido”, e advertiram que não ficariam “de braços cruzados” diante de novas provocações.

Ontem, a Coreia do Norte disparou projéteis em direção a um dos alto-falantes sul-coreanos. Seul replicou com o disparo também de projéteis.

A maioria dos projéteis disparados pelos dois lados caiu na área da DMZ, que se estende por 2 quilômetros entre as fronteiras dos dois países.

No início do mês, dois soldados sul-coreanos ficaram gravemente feridos em um ataque com minas antipessoais, atribuído à Coreia do Norte, mas o regime norte-coreano negou.

Esse ataque levou Seul a retomar a guerra de propaganda por meio dos alto-falantes na fronteira, após 11 anos de silêncio.

A CCM disse que a calma só voltará se Seul deixar de difundir mensagens de propaganda, acrescentando que os comandantes das Forças Armadas norte-coreanas receberam ordens para preparar a “destruição daqueles intrumentos de guerra psicológica” e eventuais contra-ataques, de acordo com a KCNA.

O último ataque direto do Norte contra o Sul ocorreu em dezembro de 2010, quando o regime norte-coreano bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, matando dois soldados e dois civis. Seul respondeu com o lançamento de projéteis contra posições norte-coreanas.

Em 2013, o dirigente norte-coreano tinha declarado “estado de guerra” com o Sul.

Os dois países continuam enfrentando conflitos, 65 anos depois da Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com a assinatura de um armistício que nunca foi formalizado em um tratado de paz.

Os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas manifestaram preocupação com a escalada da tensão.

Os EUA “continuam empenhados na defesa do aliado sul-coreano e continuam a monitorar a situação”, disse o Pentágono.

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