Uma ‘chuva de petrodólares’ e palavras de ordem contra a presidente da República, tumultuaram a sessão desta quarta-feira 6 da Câmara dos Deputados, a ponto de os trabalhos serem interrompidos por mais de 20 minutos no início da noite.
Tudo começou quando o Plenário debatia o pacote de ajuste fiscal encaminhado ao Congresso pelo Palácio do Planalto. De repente ‘choveu’ dólares sobre as cabeças dos deputados, jogadas das galerias por um grupo de manifestantes do Solidariedade.
O pior, porém, estava por vir. Alguém soltou a frase ‘Dilma, vá se fuder. O Brasil não precisa de você’ e incendiou as galerias. Os manifestantes arregimentados pelo deputado Paulinho da Força (uma referência à Força Sindical, oponente da CUT no meio dos trabalhadores) jogaram mais ‘petrodólares’ e entoaram um novo refrão: “Deputado, preste atenção. Esse governo está roubando a Nação”.
As notas foram jogadas na área do plenário onde se concentram os deputados do PT. Os papéis imitam notas de dólar, com fotos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma e do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso em decorrência da Operação Lava Jato. Ao lado das esfinges representadas por Dilma e Lula, a expressão PeTrodólares.
Os protestos se intensificaram após discurso do líder da bancada do PSDB, Carlos Sampaio (SP), que acusou os petistas de serem “caras de pau” e “corruptos”.
Após o tumulto, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspendeu a sessão e determinou à Polícia Legislativa que evacuasse as galerias.
Com a saída dos manifestantes, a sessão foi retomada por volta das 19h. Minutos depois, porém, a sessão foi novamente interrompida por causa de bate-boca entre os deputados Roberto Freire (PPS-SP) e Orlando Silva (PC do B-SP), ex-ministro do Esporte nos governos Lula (2003-2010) e Dilma, que quase se atracaram.
Felipe Meirelles com Agências