Pelo menos 12 pessoas morreram nesta quinta-feira (20) após episódios de violência na capital da Venezuela, em meio à crise política por que passa o país, disseram as autoridades nesta sexta-feira. Com isso, subiu para 21 o número de mortos nas manifestações das últimas três semanas no país.
As vítimas desta quinta-feira, de entre 17 e 45 anos, “morreram eletrocutadas e por outras feridas causadas por armas de fogo”, afirmou o órgão de fiscalização venezuelano, em um comunicado divulgado na internet, ser dar mais detalhes. O Ministério Público disse que outras seis pessoas se feriram.
Muitas das mortes ocorreram em El Valle, no sudeste de Caracas, onde líderes de oposição dizem que 13 pessoas foram atingidas por um choque elétrico ao tentar roubar uma padaria protegida por uma cerca elétrica. Em outra área da cidade, um jovem deficiente foi morto a tiros no meio de um protesto contra o governo de Nicolás Maduro em um bairro pobre da capital, enquanto voltava para casa após um dia de trabalho.
Em algumas favelas e bairros de classe média da capital venezuelana foram registrados protestos na noite de quinta-feira Uma das principais rodovias da cidade foi bloqueada por manifestantes, que derrubaram alguns postes de iluminação e fizeram barricada com lixo que foi incendiado.
O chanceler Delcy Rodríguez escreveu em sua conta no Twitter que “grupos contratados pela oposição armada” atacaram um hospital infantil durante a noite, no oeste de Caracas, forçando as autoridades a evacuar o lugar, mas não deu mais detalhes.
O líder da oposição e ex-candidato presidencial, Henrique Capriles, por sua vez, acusou o governo de enviar forças de segurança para reprimir os protestos.
Desde o final de março, Caracas e outras cidades da Venezuela registram protestos quase diariamente que já deixaram, além dos 21 mortos, centenas de feridos e muitos detidos. As tensões foram reativadas após duas sentenças emitidas pelo Supremo Tribunal de Justiça contra a Assembleia Nacional, controlada pela oposição desde 2016. As decisões foram revertidas mas os protestos continuaram.
A coalizão de oposição, principal promotor dos protestos, reiterou que vai manter ações de rua até que sejam convocadas eleições gerais, que um canal humanitário seja aberto e que os presos políticos sejam libertados.
O presidente Nicolás Maduro reiterou nesta quinta-feira que a oposição promove um golpe de Estado e anunciou que vai processar Capriles por acusar o governo e o corpo de segurança de se exceder na repressão dos protestos. Ele acrescentou que o opositor “tem de ir para a prisão, que vá para a cadeia e pague por sua difamação, calúnia e todos os crimes que cometeu”.