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Bahia

Clima faz milagre da multiplicação e pirarucu aparece no São Francisco

Publicado

Autor/Imagem:
Acssa Maria - Texto e Foto

Pode ser fenômeno da mudança climática, mas nada impede que se trate de fuga de viveiros comerciais. O certo é que moradores do povoado de Pau d’Arco, no município de Malhada, no sudoeste baiano, estão intrigados com a aparição de um peixe gigante em um banhado às margens do Rio São Francisco.

O animal, identificado como um pirarucu — espécie típica da bacia amazônica e incomum na Bahia — foi encontrado na semana passada. Publicada originalmente pelo Estadão, checada e confirmada por Notibras, o peixe pesa 78 quilos e mede quase dois metros de comprimento.

Dias antes, outro exemplar da mesma espécie, com 87 quilos, foi capturado por pescadores na barragem do Rio do Paulo, em Dom Basílio, também no sudoeste baiano. As duas cidades estão separadas por uma distância de aproximadamente 260 quilômetros.

O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do mundo, podendo atingir até 3 metros de comprimento e pesar 200 quilos. De escamas avermelhadas, é uma espécie carnívora que se alimenta de peixes, crustáceos e pequenos animais aquáticos.

Apesar da curiosidade e entusiasmo que o aparecimento do peixe provocou entre os moradores e pescadores locais, especialistas alertam para riscos ambientais. Segundo o pesquisador Francisco Kelmo, professor de Ecologia e Biodiversidade do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a presença do pirarucu no Rio São Francisco é preocupante.

“A existência de pirarucu vivendo livremente nas águas do rio pode colocar em perigo a existência de outras espécies de peixes da região e, assim, promover perda da biodiversidade da ictiofauna local”, afirmou Kelmo em entrevista ao Estadão

O pesquisador aponta que a provável origem dos peixes seria fazendas de cultivo da espécie. Em épocas de cheia, o rompimento de criadouros ou tanques pode permitir a fuga dos animais, que acabam se adaptando à vida livre nos rios.

A presença do pirarucu fora de seu habitat natural levanta preocupações sobre os impactos no ecossistema local e chama a atenção para a necessidade de maior fiscalização de criadouros e atividades de aquicultura na região.

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