Se você pensa que sair para dançar e paquerar é uma atividade comum apenas aos jovens brasileiros, está muito enganado. Espalhados por todo o Brasil, os clubes destinados ao público da terceira idade já se tornaram uma excelente opção para os idosos que buscam se divertir e até mesmo iniciar uma relação amorosa. Afinal, como prega o ditado popular, o amor não tem idade. E também pode ser muito especial para quem já passou dos 60 anos.
Com um salão amplo ideal para dança e atividades recreativas, os clubes desse tipo dão um “empurrãozinho” para que os idosos vençam a timidez e arranjem um par para dividir a vida. Foi justamente isso que aconteceu com a comerciante aposentada Osmarina Gonçalves Morato, de 72 anos.
Frequentadora assídua do Clube da Maturidade, em Belo Horizonte, ela deu mais uma chance ao amor há quase cinco anos, quando se aproximou de Darcy de Andrade, hoje com 81 anos, na Unidade Santo Antônio do clube. Eles já se conheciam de vista, mas passaram a estreitar a relação um ano e meio depois do bancário aposentado ficar viúvo. A paixão foi meteórica. Tanto que Osmarina, depois de 20 anos de viuvez, engatou um namoro que resultou em casamento.
“Nós namoramos seis meses e casamos em seguida, no papel, em respeito aos nossos filhos e netos. Vivemos na mesma casa, dançamos, viajamos e curtimos bastante a vida. Tudo na paz. É maravilhoso”, conta a aposentada.
Encontros felizes como o do casal que vive em harmonia com os quatro filhos dela e os dois dele têm sido cada vez mais comuns devido à maneira com a qual muitos idosos têm encarado essa fase da vida. Não é raro encontrarmos hoje em dia mulheres que saem de um casamento ou ficam viúvas e se dispõem a encontrar outros parceiros e homens que não suportam ficar sozinhos e se dispõem a ter um novo relacionamento.
“Atualmente, cada vez mais idosos conseguem falar dos seus desejos, das perspectivas que têm em relação à sexualidade e também de suas limitações. Eles estão mais ativos e positivos, dispostos a tentar resolver e a compartilhar seus sentimentos”, analisa Pamela Magalhães, psicóloga, especialista clínica e hospitalar, estudiosa do Núcleo de Estudos e Prática Sistêmica de Casais e Vínculos Familiares.