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CNI avalia que crise é maior e mais longa do que a que abateu o País há sete anos

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Célia Froufe

O gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, calculou nesta terça-feira, 1º de dezembro, que a crise atual pela qual passa o País já é mais grave e dura um período mais longo de tempo do que a de 2008. “A crise de 2008 foi externa, do setor financeiro, que repercutiu fortemente aqui, mas com ações da política econômica, conseguiu dar fôlego ao consumo”, comparou.

Já a turbulência atual, conforme o técnico da CNI, é de origem interna e de natureza fiscal, que se soma à dificuldade de competitividade do País. Segundo ele, as medidas de liquidez adotadas em 2009 pelo governo se mostraram eficazes e foram anticíclicas.

“O problema foi continuar com elas mesmo depois que a economia já tinha recuperado”, avaliou, reforçando um quadro de críticos de que a crise atual foi gerada por problemas que o próprio governo criou no passado. “Sem dúvida, você teve insistência de medidas dessa natureza para além do tempo.”

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados também nesta terça pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam, de acordo com Castelo Branco, que o governo tem encontrado dificuldade em promover uma saída para a crise. “O PIB veio levemente pior do que o esperado pela maior parte do mercado, mas não surpreendeu”, disse.

O gerente da CNI destacou também que o dólar tem mostrado grande sensibilidade ao ambiente político. “Com ventos políticos, o dólar se transforma. E temos tido ventos políticos de todas as direções”, considerou.

Segundo ele, o patamar mais próximo de R$ 4,00 do ponto de vista da competitividade favorece os produtos brasileiros. “É uma desvalorização de quase 50% em relação a alguns anos”, comparou.

O dólar é uma das variáveis que faz com que o setor externo se ajuste neste momento à nova realidade econômica do País. “É perverso, porque a recessão ajuda a comprimir as importações, mas muda o preço relativo”, ressaltou.

A chegada de 2016 é vista pela CNI, conforme o economista, com “muita apreensão”. “Os problemas de 2014 não foram solucionados em 2015. Aliás, muitos deles se agravara este ano, como a questão fiscal”, enfatizou. “Vamos começar 2016 com todas as dificuldades presentes de 2015, o que significaria dizer uma economia em recessão”, continuou.

Faturamento – O gerente executivo de Política Econômica da CNI salientou que a queda do faturamento do setor em outubro, de 4% ante setembro e de 15,3% ante outubro do ano passado, foi forte. “O dado confirmou temores de que não era retomada da atividade que estava acontecendo quando houve alta do faturamento dois meses atrás, mas, possivelmente, passou os ajustes de estoques”, considerou.

Segundo o técnico da CNI, a tônica que predominou em 2015 se manteve em outubro. “Produção, emprego e horas trabalhadas em queda pelo nono mês consecutivo, houve queda em praticamente todo ano”, citou.

Ele disse também que o quadro é de retração da atividade industrial. “As quedas em outubro são de nível forte e 2015 vai ser bastante negativo para a indústria toda”, considerou. “O ano promete ser desastroso para a produção industrial”, continuou.

estadao

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