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Feira do Livro espera atrair 300 mil brasilienses com até 300 eventos simultâneos

Jovens e professores terão destaque na 32º Feira do Livro de Brasília, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na programação inclui palestras, bate-papos, além de lançamentos e apresentações, no total serão 300 eventos simultâneos. (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Mariana Tokarnia e Heloisa Cristaldo

Jovens e professores terão destaque na 32º Feira do Livro de Brasília, aberta neste sábado (16) e vai até o dia 24 de julho no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A programação inclui palestras, bate-papos, além de lançamentos e apresentações. Ao todo serão 300 eventos simultâneos. A organização espera que 300 mil pessoas passem pelo local.

Uma das novidades neste ano é 1º Encontro Nacional de Blogueiros Literários, que ocorre neste final de semana. A intenção é discutir a internet como forma de divulgação da literatura e como alternativa às caras vias tradicionais de publicação editorial. “Descobrimos que principalmente os jovens têm a própria estratégia literária e uma delas é divulgar via blogs, Youtube. Eles têm milhares de seguidores”, destaca Cleide Soares, uma das coordenadoras da 32ª Feira do Livro. Ela integra o Colegiado Setorial do Livro, Leitura e Bibliotecas do DF e Grito do Livro: Viva a Leitura!

Com os holofotes voltados aos jovens, a feira terá também, nos dias 23 e 24 de julho, o 1º Encontro Nacional de Escritores Jovens.

Os grandes homenageados da edição, no entanto, serão os professores. O tema será “Meu mestre, meu livro”. “Logo no início, quando tomamos a decisão de fazer a feira, lembramos imediatamente dos professores. Decidimos aceitar esse desafio de fortalecer a imagem do professor, que nem sempre é remunerado de forma justa”, explica Cleide.

Para ressaltar a importância desses profissionais, a feira terá, logo na entrada, um mural para quem desejar escrever um recado para um professor querido. A organização vai buscar alguns desses professores e promover o encontro com os ex-alunos. Isso ocorrerá ao longo da programação da feira.

Os homenageados deste ano são Victor Alegria (editor homenageado); José Pacheco (professor e escritor homenageado Internacional); Iris Borges (livreira homenageada); Gina Vieira Ponte (professora homenageada local); Esther Pillar Grossi (professora e escritora homenageada nacional); e coronel Affonso Heliodoro (escritor homenageado local).

Escritores locais – A feira é o espaço de divulgação para escritores da cidade que enfrentaram o desafio de estar fora do circuito tradicional do mercado editorial. Sem patrocínio e sem a experiência de grandes editores, muitos escritores da cidade esbarram nos obstáculos e acabam desistindo da literatura.

A jornalista Biba Gomes resistiu às barreiras impostas pelo restrito mercado das letras na capital federal e iniciou sua carreira por meio da autopublicação. Após dois anos de trabalho independente, a escritora divulgará na feira seu livro Adoráveis Homens Errados.

“O mercado editorial é muito difícil. Fala-se muito em burocracia, não de literatura em si. O sindicato dos escritores do DF foi um bom caminho para entrar no meio. É uma oportunidade para conhecer mais do mercado, os próprios escritores e entrar em contato com diferentes trabalhos. Além de trocar experiências”, ressalta Biba. A obra da autora conta as histórias de três mulheres em suas aventuras amorosas.

Neste domingo (17), o escritor brasilense Tércio Ribas Torres, autor de Beleza Estranha, fará o relançamento de seu livro. Inspirado em uma história real, a obra retrata violência doméstica, em um conflito entre pai e filho. O autor também esbarrou nas dificuldades de publicação editorial de escritores independentes em Brasília.

“É muito mais difícil para quem está fora do eixo Rio-São Paulo. Mesmo após ouvir diversas negativas, acreditei no projeto do livro. Apesar das dificuldades, acredito que vale a pena por dois motivos: a satisfação de ver uma pessoa que leu o livro e chorou da primeira à última página é motivadora e por colaborar com algo que é transformador, a cultura. A educação transforma um país, mesmo para um escritor independente, isso é motivador”, conta.

Orçamento – O financiamento do evento é problema constante a cada edição da Feira do Livro de Brasília, de acordo com Cleide Soares. Segundo ele, somente na quinta-feira (14), a organização conseguiu captar o total dos R$ 1,1 milhão necessário para a realização do evento. Os recursos vêm principalmente do governo do Distrito Federal. Há também aportes do Ministério da CUltura, que ajuda no custeio de passagens aéreas, e de entidades organizadoras da feira.

“Contamos com volutários trabalhando na feira e a própria coordenação é voluntária. Decidimos nos reunir e fazer o evento, não dá para esperar as condições ideais. A gente conseguiu os recursos de última hora”, diz.

Agência Brasil

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