De volta à final da Liga dos Campeões após 11 anos, o Liverpool enfrenta o Real Madrid neste sábado, a partir das 15h45 (de Brasília), no Estádio Olímpico de Kiev, na Ucrânia, com a missão de desbancar o favoritismo do poderoso rival e erguer pela sexta vez em sua história o troféu continental.
Dono do melhor ataque de uma única edição da competição, com 40 gols em 14 jogos, o time comandado pelo alemão Jürgen Klopp também joga com a meta de reeditar o feito que obteve em 1981, quando superou a equipe madrilenha por 1 a 0, em Paris, na decisão europeia, no mesmo ano em que caiu por 3 a 0 diante do Flamengo de Zico, em Tóquio, no Mundial Interclubes.
Foi naquele duelo realizado no estádio Parque dos Príncipes, casa do PSG, que o Real foi derrotado pela última vez em um confronto que valeu o título continental. Depois daquele jogo, o clube espanhol levou a melhor nas seis finais europeias seguintes que alcançou, em 1998, 2000, 2002, 2014, 2016 e 2017.
Se quebrar esta hegemonia que vem sendo imposta pelo time comandado por Zinedine Zidane, o Liverpool se isolará como terceiro maior vencedor da história da principal competição de clubes do Velho Continente. Pentacampeão ao lado de Barcelona e Bayern de Munique, o time da Terra dos Beatles tem a chance de ficar atrás somente do próprio Real Madrid, recordista absoluto, com 12 taças, e do Milan, dono de sete troféus.
O Real, por sua vez, só foi superado em três das 15 decisões que fez no interclubes mais cobiçado da Europa, mas o Liverpool também ostenta um bom retrospecto, com cinco títulos continentais em sete finais.
A última vez que o time inglês ganhou a Liga dos Campeões foi em 2005, quando superou o Milan nos pênaltis após buscar uma incrível reação com a bola rolando na decisão realizada em Istambul, na Turquia. Após levar 3 a 0 no primeiro tempo, marcou três gols em apenas 15 minutos na etapa final e depois se consagrou nas penalidades contra um time que contava com o goleiro Dida, Cafu e Kaká em sua formação titular.
Dois anos depois, porém, o clube italiano deu o troco no adversário na decisão que os dois clubes reeditaram em 2007, em Atenas, na Grécia, onde o Liverpool caiu por 2 a 1 na última vez em que participou do confronto que valeu o título da competição.
Zidane busca tri histórico – Em meio a esta enorme tradição que os dois times colocarão em jogo neste sábado, Zidane terá a chance de voltar a fazer história com um incrível terceiro título consecutivo europeu como técnico da equipe espanhola, um feito inédito desde que o torneio passou a contar com o seu formato atual de disputa, adotado a partir da temporada 1992/1993.
Caso obtenha novo triunfo, o francês também vai se tornar o terceiro técnico a ser tricampeão europeu de clubes em todos os tempos, se igualando ao inglês Robert Paisley, que faturou a taça em 1977, 1978 e 1981 pelo próprio Liverpool, e ao italiano Carlo Ancelotti, este vencedor com o Milan em 2003 e 2007, antes de voltar a triunfar justamente com o Real Madrid, em 2014.
O ótimo retrospecto, entretanto, não ilude Zidane, que nesta sexta-feira comentou o favoritismo creditado à sua equipe da seguinte forma: “Não há favoritos. É um ‘50-50’ de chances como sempre é nas finais. Temos de fazer um grande jogo para ganhar. Dentro do vestiário não nos sentimos favoritos”.
Se levar este almejado tricampeonato, o Real Madrid ainda verá Cristiano Ronaldo erguer pela quinta vez em sua carreira a taça desta competição, que o astro português ganhou inicialmente com a camisa do Manchester United, em 2008, antes de voltar a conquistá-la em 2014, 2016 e 2017, sempre com atuações decisivas.
E protagonismo é o que não faltou a Cristiano Ronaldo até aqui nesta Liga dos Campeões. Autor de um gol antológico de bicicleta contra a Juventus, no duelo de ida das quartas de final, o atacante foi aplaudido de pé pelos torcedores italianos em Turim. Além desta “obra de arte” que encantou o mundo, ele é o artilheiro isolado desta edição do torneio, com 15 gols, e da própria história da competição, com 121 bolas na rede ao total. E nesta semana o astro não escondeu a confiança ao projetar a final. “Temos de respeitar o Liverpool, que teve méritos para estar aqui, mas somos melhores”, disse.
Primeira vez – O Liverpool consagrará um feito inédito para todos os seus jogadores se for campeão em Kiev. Nenhum atleta do seu atual elenco sequer disputou até hoje uma final de Liga dos Campeões. A principal esperança da torcida vermelha é Mohammed Salah, vice-artilheiro do torneio ao lado do parceiro de ataque Roberto Firmino, com dez gols cada um.
Ao comentar sobre o egípcio, Klopp não economizou elogios nesta sexta-feira. “Ele tem um potencial fantástico, a temporada foi excepcional, inacreditável até agora e ainda com mais um jogo pela frente. Mas a sua temporada já foi fora de série”, exaltou o alemão, que também tenta ser campeão europeu pela primeira vez após ter sido vice com o Borussia Dortmund na decisão contra o Bayern de Munique, em 2013.