Notibras

Com crédito imobiliário mais baixo, BRB cresce no país tijolo por tijolo

Houve época em que os negócios do Banco BRB se restringiam ao eixo Brasília-Rio-São Paulo. Mais recentemente, numa dessas viagens que exigiu uma escala técnica em Goiânia, observou-se de uma janela a oeste do Salão Nobre do Palácio das Esmeraldas, que havia um filão a ser explorada na região do Pantanal. E o banco desembarcou por lá, investindo e atraindo investidores para o Distrito Federal.

Aos poucos, as raízes do Banco BRB foram se espalhando. Fincadas no Tocantins, logo as palmas se espalharam e ganharam forma na maioria dos estados nordestinos. Um dos próximos portos é Pernambuco, onde Paulo Henrique Costa, presidente da instituição, projeta inaugurar uma agência no Recife até meados de junho. Fecha, assim, um leque de sucesso. Como já conta com um ponto no Sul, logo o conglomerado será conhecido como o banco do Oiapoque ao Chuí, segundo interpretação do mercado financeiro.

Ainda no primeiro mandato de Ibaneis Rocha no Palácio do Buriti, Paulo Henrique Costa, que está à frente do Banco BRB desde a posse do governador do Distrito Federal, abriu os jornais numa manhã chuvosa e percebeu, entre as manchetes econômicas, um padrão curioso: bancos privados estavam se retraindo, abandonando regiões inteiras, cortando linhas de crédito para pequenos negócios e deixando populações inteiras à deriva financeira. O espaço vazio era visível, mas a questão era como ocupá-lo de forma inteligente.

Enquanto girava lentamente a xícara de café, o CEO do BRB refletia sobre os desafios. Um banco público não pode operar como um privado, obcecado por margens de lucro e metas trimestrais. Seu papel vai além: é um agente de desenvolvimento. Mas como equilibrar sustentabilidade financeira e impacto social? A resposta parecia óbvia, mas sua execução, complexa.

Primeiro, era necessário mapear os nichos negligenciados. Microempreendedores, agricultores familiares, pequenas indústrias regionais, trabalhadores informais… A economia pulsava nesses espaços, mas sem crédito, sem serviços bancários acessíveis, tudo emperrava. A solução? Criar produtos financeiros personalizados, com taxas justas e prazos adaptados à realidade de quem mais precisava.

O segundo passo era tecnologia. Se os grandes bancos estavam fechando agências em cidades pequenas, a digitalização deveria ser uma ponte, não uma barreira. Aplicativos intuitivos, atendimento híbrido (digital e presencial), parcerias com fintechs e cooperativas poderiam garantir a inclusão financeira sem os altos custos de manutenção de agências físicas.

Por fim, havia um desafio menos tangível, mas talvez o mais importante: confiança. Bancos públicos, muitas vezes, carregam o estigma de burocracia e ineficiência. Era necessário mudar essa percepção, modernizando processos, reduzindo a papelada e investindo em atendimento humanizado. Um banco público eficiente não precisa ser frio e impessoal como os privados – poderia ser ágil, mas próximo da realidade dos clientes.

O CEO do Banco BRB tomou o último gole do café e abriu o laptop. Era hora de agir. Afinal, mercados vazios não ficam vazios por muito tempo. Se um banco público não ocupar esse espaço com inteligência, outros o farão – e nem sempre com as melhores intenções.

As consequências dessas acertadas decisões logo foram sentidas. Oferecendo a melhor taxa de juros do mercado imobiliário, o BRB vem crescendo bem alicerçado tijolo por tijolo. Os números causam inveja a outras grandes instituições financeiras. Afinal, como bem lembra Ibaneis Rocha, uma série de dados demonstram a boa condução de Paulo Henrique Costa à frente do banco.

Como exemplos, o governador cita aumento do número de clientes, que passou de 650 mil para quase 9 milhões; presença do BRB em 95% do território nacional; crescimento dos ativos totais, de R$ 15 bilhões para R$ 60 bilhões; aumento da carteira de crédito de R$ 9 bilhões para R$ 40 bilhões; e repasse de dividendos na ordem de R$ 1 bilhão para o Distrito Federal. E tudo isso sem falar do lado social do Banco BRB. Mas isso é outra história, a ser contada mais pra frente.

……………………………………………

José Seabra é diretor da Sucursal Regional Nordeste de Notibras.

Sair da versão mobile