Com praias paradisíacas, surf nordestino conquista cada vez mais espaço

O Nordeste brasileiro, conhecido por suas paisagens deslumbrantes e clima quente o ano inteiro, também se destaca por outro atrativo: suas ondas. De Baía Formosa (RN) a Itacaré (BA), o surf tem ganhado força como esporte, estilo de vida e motor do turismo em diversas comunidades litorâneas.

Nos últimos anos, nomes como Ítalo Ferreira, natural do Rio Grande do Norte, colocaram o surf nordestino no mapa do mundo. Campeão mundial em 2019 e medalhista de ouro nas Olimpíadas de Tóquio, Ítalo é símbolo de uma geração que cresceu longe dos grandes centros, mas muito perto do mar.
“Surfava com tampas de isopor e pedaços de madeira”, contou Ítalo em entrevistas. Sua história inspira jovens de todo o litoral nordestino, que hoje têm acesso a mais escolas de surf, campeonatos regionais e apoio de projetos sociais.

Mais que um esporte, o surf no Nordeste é um modo de vida. Em lugares como Canoa Quebrada (CE) e Maracaípe (PE), a prancha é quase extensão do corpo de moradores e visitantes. Surfistas convivem com jangadeiros, músicos e artesãos, formando uma cultura única, marcada pela resistência e criatividade.

Com o crescimento da popularidade do surf, o turismo esportivo também se fortalece. Pousadas, lojas de equipamentos e escolas de surf movimentam a economia local, especialmente na alta temporada. Eventos como o CBSurf Pro Tour atraem competidores e público de todo o Brasil.

Apesar dos avanços, o surf nordestino também enfrenta desafios. A poluição, o avanço da especulação imobiliária e a falta de políticas públicas ameaçam alguns dos picos mais promissores. Ativistas e surfistas se mobilizam para proteger o litoral e garantir que as próximas gerações também possam pegar onda.

O Nordeste se firma como potência do surf nacional, combinando talento, beleza natural e uma cultura rica. Com investimentos certos e preservação ambiental, a região pode continuar revelando talentos e encantando o mundo com suas ondas.