Carnaval
Com Rei Momo, a alegria se espalha no ar com aroma de lança-perfume

Homens… Muitos! Afoitos
Mulheres seminuas
Carnaval…
Alegria respirada no ar:
Como lança-perfume.
Fantasia de penas brancas:
Sou então uma índia brasileira.
Para um olhar azul
Retribuo sorriso meigo-sensual.
Inicia-se o ritual:
A dança paradoxal
Da aproximação de dois pólos distintos.
Ataque ansioso – acolhida serena,
Beber muito – estar sóbria,
Dançar – descansar.
A dança paradoxal:
Compasso – descompasso,
Equilibrar copos – encontrar cadeiras,
Dançar – procurar.
No pique – repique,
Então acertamos o passo:
Carnaval … compasso:
Passo com: – você
Você: – comigo.
Numa noite estrelada
Enluarada
Num baile carnavalesco,
Procurou-se: – alguém,
Perdeu-se: – a tristeza
Encontrou-se: – um menino bem crescido
Natural – como um índio.
– De fantasia de índia brasileira…
Sou então: – viva cachoeira.
…………………….
Cora, coração. MEROLA, Edna Domenica. Nova Letra, 2011, pp 95-97.
