Notibras

Começa a guerra da Educação; Eliza Virgínia ataca Márcia Lucena

A vereadora Eliza Virgínia (PSDB) criticou o fechamento de mais de 200 unidades de educação pelo Governo da Paraíba e apresentou um Voto de Repúdio à secretária executiva estadual de Educação, Márcia Lucena. De acordo com a parlamentar, a gestora teria qualificado algumas escolas fechadas como unidades de vagabundagem. A vereadora citou que o número de matrículas na rede estadual de ensino caiu mais de 20% e que sobram mais de 200 mil vagas.

“Quase choro de tristeza com o que a secretária de Educação, Márcia Lucena, falou, em uma entrevista nesta terça-feira (11), em Campina Grande. Ela disse que fechou as escolas porque seriam unidades de vagabundagem. Como uma gestora diz que funcionários e alunos são vagabundos? Dizer que eram unidades de vagabundagem é no mínimo de se repudiar, é pra chorar”, comentou Eliza Virgínia.

A parlamentar argumentou que a gestão da Educação deveria ter criatividade para lidar com as situações da pasta estadual e pediu que a secretária se pronunciasse. “Faço apelo à secretária de Educação Márcia Lucena que se desculpe. Os profissionais e alunos não têm culpa se não há criatividade para mudar o ensino da Paraíba, se não houve remanejamento ou jogo de cintura para readequar a educação nessas unidades. Deixo meu Voto de Repúdio a essa atitude. Exigimos esse pedido de desculpas”, reforçou a vereadora.

Eliza Virgínia lamentou o fechamento de 223 escolas pelo Governo da Paraíba. “Quando escolas são fechadas, acho que se abrem portas para o crime. O governador decretou o fechamento de mais de 200 escolas e há um relatório que cita o fechamento de 223. De acordo com o documento, foram feitas 256 mil matrículas em 2013, e neste ano sobram mais de 200 mil vagas na rede estadual de ensino, que disponibiliza 461 mil vagas”, afirmou.

Apenas no final do ano passado, o Governo Estadual fechou 188 escolas de ensino fundamental e médio, o equivalente a 20% do total das unidades estaduais. Destas, 11 localizavam-se na Capital. A medida visava a corrigir irregularidades na rede, como unidades com 20 ou menos alunos, por exemplo.

Eliza Virgínia ainda denunciou que a Escola de Música Antenor Navarro está funcionando precariamente na Escola Estadual Antônia Rangel, na Torre, em João Pessoa, devido a uma reforma que passa dos oito meses, na sua sede oficial, no Espaço Cultural. Ela ainda criticou a situação de um pouco mais de 100 crianças de uma unidade educacional da comunidade Salinas Ribamar, em Mandacaru, que sofrem sem estrutura, quadra e espaço adequado para aulas.

“A escola perto da Igreja Santa Júlia, na Torre, está com quase todas as salas de aula desocupadas por falta de alunos. Como isso acontece? Estava tão esvaziada que o diretor cedeu parte da unidade para a escola de música. Pessoas que não podem pagar uma escola de música particular aprendem a tocar vários instrumentos ali. Visitei o local: a gente tem a impressão de que está em um acampamento de sem-tetos, no qual as paredes são feitas de tábuas velhas”, afirmou.

Em aparte, Marmuthe (SDD) criticou a demissão em massa de profissionais da educação infantil de unidades de educação estadual que foram repassadas para o Município. “A educação está sendo tratada como um tema de última instância pelo Governo Estadual. Uma sociedade sem educação é muito mais fácil de ser manipulada”, alertou. Benilton Lucena (PT) disse que um acordo entre Estado e Município quanto ao repasse de creches estaduais à Prefeitura não foi cumprido. Ele se referiu à permanência dos funcionários estaduais como funcionários das unidades educacionais.

Haryson Alves

Sair da versão mobile