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Ibaneis x Rollemberg

Começa briga por 664 mil votos que levarão ao Buriti

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José Seabra

O segundo turno no Distrito Federal mal começou e as negociações para obter o apoio dos candidatos derrotados não param. Os mais assediados têm sido Rogério Rosso (PSD) e o General Paulo Chagas (PRP), terceiro e quarto colocados nas urnas, com 169.785 e 110.973 votos respectivamente. São também os nomes que exibem certa neutralidade quanto aos seus posicionamentos.

Rogério Rosso não tem restrição aos blocos de Ibaneis Rocha (MDB) ou Rodrigo Rollemberg PSB). O general, por outro lado, acredita que seus eleitores deverão optar pelo melhor nome conforme a consciência de cada um.

“Já orientei meus representantes para que ouçam as lideranças, avaliem cenários, função que deve envolver a direção do PRP. Pessoalmente, não vou declarar apoio a quaisquer dos blocos”, disse Paulo Chagas em conversa com Notibras. O militar que recebeu o apoio de Bolsonaro ainda representa o quadro nacional na capital da Repúiblica.

Além de Rosso e Chagas, os demais candidatos, pela ordem em volume eleitoral, foram Eliana Pedrosa (Pros), Alberto Fraga (DEM), Fátima Sousa (PSol), Alexandre Guerra (Novo) e o lanterna com pouco mais de 1% de votos, Julio Miragaya (PT). Juntos eles receberam 664.678 votos, mais do que obteve Ibaneis.

A partir de agora acontecerá uma nova eleição. Os 41% dos votos de Ibaneis sobre os 13% de Rollemberg têm importância relativa. Pode até não se repetir em 28 de outubro. Como também pode aumentar. Tudo pode acontecer.

Ibaneis deverá declamar a estrofe de que é melhor estar mal acompanhado do que só, que é milionário, não precisa de salários, vai reconstruir as casas demolidas pela Agefis. Seus opositores entendem que ele cometeu crime eleitoral. Mas isso é questão para o TRE, TSE e, quem sabe, o STF decidirem.

Rollemberg jura que vai inaugurar uma obra atrás da outra a partir de agora, que fez poupança nos últimos quatro anos, que pode realizar tudo o que os outros prometem, assim que termine a maldição das eleições.

Não há muita lógica em composições no segundo turno. Ataques são esquecidos, ofensas tomam a forma de elogios, coisas simples assim. Então todos podem tudo. Não será surpresa se Miragaya for acolhido pelo MDB, Rosso e Fátima Sousa pelo PSB, e assim por diante. Fraga chutou muito a canela de Rollemberg e só pode esperar que a turma de Filippelli o receba solidariamente.

O estreante Alexandre Guerra, do novo Novo, que ficou na posição à frente de Miragaya – recebeu 0,18% a mais de votos do que o petista – vai seguir a linha de João Amoêdo, seu presidente nacional, de não fazer composição com ninguém. Até agora o argumento é uma novidade, mas tem prazo de validade. No domingo, 28 de outubro, as urnas poderão contar outra história.

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