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698 filmes para 30 vagas

Começa disputa por um Candango; quem leva?

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Autor/Imagem:
Lúcio Flávio

Com 698 filmes inscritos, a 53ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) entra na fase decisiva de seleção. Ainda neste mês serão conhecidas as 30 produções escolhidas pela Comissão de Seleção montada pelo curador, o cineasta Silvio Tendler. Os selecionados ocuparão a grade de programação do evento de cinema mais tradicional do país, que, neste ano, será exibido de 15 a 20 de dezembro, no Canal Brasil e streaming Brasil Play. As 30 obras selecionadas receberão R$ 400 mil em prêmios.

“É um número de inscritos impressionante para nenhum festival colocar defeito. O Festival de Brasília é querido, desejado e importante. Praticamente, será o último do ano, já que infelizmente não teremos o Festival do Rio. Vai ser um belo festival e eu, como curador, estou muito feliz com essa chegada dos filmes e das pautas que estamos montando para as atividades paralelas”, comemora Silvio Tendler.

Desde que assumiu a direção artística do 53º FBCB, Silvio Tendler convocou toda a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) a construir uma edição histórica. As três comissões formadas trazem em si esse desafio. São integradas por 13 profissionais, entre cineastas, artistas, produtores, curadores e professores de diversas gerações. De André Luiz Oliveira (ganhador do Candango com o antológico “Meteorango Kid”, em 1969) à atriz Anne Celestino (que ganhou melhor intérprete, em 2019, por “Alice Junior”).

“Além desse encontro de gerações, dosei com muitas mulheres (oito de 13), negros, LGBTQIs. Gente de diversos territórios, cores e pegadas. Todos os grupos estão contemplados”, comemora Silvio Tendler,

Safra especial
Presidido pelo cineasta e músico André Luiz Oliveira, o grupo responsável por escolher os seis longas-metragens da Mostra Competitiva Oficial é composto pela professora e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), Tânia Montoro; pela jovem atriz pernambucana Anne Celestino, pela diretora Adriana Dutra; e pelo cineasta e produtor Luiz Carlos Lacerda, carinhosamente conhecido como “Bigode”.

“Espero que o Festival seja um sucesso como sempre foi. Brasília merece todo nosso respeito e apoio pela importância que esse Festival tem”, sacramenta o cineasta André Luiz Oliveira.

Mesmo com uma longa carreira atrelada ao mais importante e celebrado festival de cinema do país, quando aqui participou, em 1969, aos 21 anos, com o anárquico “Meteorango Kid – O Herói Intergalático”, André Luiz Oliveira recebeu o convite do curador Sílvio Tendler com surpresa.

“É uma responsabilidade grande, extrair dessa safra de filmes brasileiros, num momento tão difícil que o audiovisual está passando, o que há de melhor para oferecer ao público”, destaca. “É uma safra especial porque, apesar do desmonte em relação à produção do audiovisual, os filmes surgem de qualquer jeito, filmes baratos e criativos, filmes incríveis”, comemora.

Curtas viram vitrine
Um dos membros da comissão de seleção dos curtas (presidida pelo professor e cineasta Clementino Luiz de Jesus), o diretor de fotografia André Carvalheira emprestou seu olhar sensível e perspicaz a quase 60 produções.

Só de curtas foram mais de 40 obras fotografadas, destaque para trabalhos como “Uma Questão de Tempo” (2006), de Catarina Accioly, e “Riscados pela Memória” (2018), filme de Alex Vidigal protagonizado pelo veterano Antonio Pitanga.

Cavalheira e Clementino estarão juntos das cineastas Edileuza Penha de Souza e Nara Barreto Campello; e da montadora Cintia Bomit Bittar. Juntos, vão selecionar 12 produções.

“O festival é uma supervitrine, um grande acontecimento. No caso dos curtas, são trabalhos que trazem novas linguagens, novos diretores, então há o cuidado de fazer uma seleção que tenha coerência no sentido de curadoria”, observa Carvalheira.

Prata da casa
Criada em 1996, exclusivamente para prestigiar as produções do Distrito Federal, a Mostra Brasília ganhou o carinho especial do público brasiliense e prestígio considerável nos reconhecimento das “pratas da casa”. O que só aumenta a competência do júri da Comissão de Seleção dos 12 filmes que farão parte dessa categoria.

“Muitos profissionais do cinema, veteranos ou iniciantes, almejam mostrar seus trabalhos no Festival de Brasília. Acredito que, até pela dificuldade em selecionar, teremos um FBCB com filmes significativos, de grande qualidade técnica e artística”, aponta a atriz, diretora de teatro e cinema, Glória Teixeira, que divide o peso dessa responsabilidade com as colegas Carina Bini Fernandes e Maria das Graças Quaresma.

Diretora executiva do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB), a subsecretária Erica Lewis respira aliviada a virada das inscrições para a fase de seleção. Sabe que o desafio é intenso porque essa escolha vai dar a identidade dessa edição. “Esse Festival de Brasília é especial, feito no suor, na raça, com as nossas mãos. Estou muito curiosa e confiante porque sei que, com uma Comissão de Seleção tão plural e representativa como essa, sairá um Festival de Brasília inesquecível”, projeta.

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