Na situação atual, da pandemia do novo coronavírus, é preciso refletir sobre nossas atitudes. E se nós não usássemos nossa forma de pensar e agir como padrão de referência diante da situação atual da pandemia? Se cada um pudesse ampliar a visão e “ver com os olhos do outro”? Ou ao menos ter consciência de que há pessoas diferentes de nós, logo enxergarão e agirão de forma diferente da nossa?
Existem pessoas que pensam e agem como patrões, outras como empregados, outras autônomas, desempregadas, aposentadas etc. E se não nos agredíssemos verbalmente por estarmos olhando por ângulos diferentes? E se, mesmo olhando por ângulos diferentes, conseguíssemos nos entender e nos ajudar mutuamente? Que é o que todos nós, no final das contas, queremos: viver. Cada um, ao seu modelo de “certo” e “adequado”, quer continuar vivendo.
Com quantos medos você está lidando na atual situação em que se encontra a sua família, sua cidade, seu país, nosso mundo? Há pessoas lidando apenas com um medo, o medo da pandemia que pode colocar a saúde em risco. Há pessoas lidando com dois medos, o de perder a saúde e o de perder recursos financeiros.
Para quem está lidando apenas com o medo de não conseguir preservar a saúde durante a pandemia, é algo novo, e é um medo passageiro. Não tem preocupação com o financeiro – pelo menos, a curto prazo, esse medo é desconhecido para elas, porque há riqueza mais que suficiente para ficar em casa de quarentena mantendo seu bom padrão de vida.
Já para as pessoas que estão lidando com dois medos, o medo da pandemia também é novo para elas, porém o medo da falta de recursos pode ser algo que lhes acompanha por longa data. Muitas pessoas trabalham num dia para reverter o pagamento em alimento no outro dia, e assim sucessivamente… Imagine seu desespero ao ter que ficar em casa de quarentena, sair na rua para vender e ter ninguém para comprar seu produto. Ou pessoas que dependem da prestação de serviços. De certo, nem é o medo de não ter dinheiro para comprar álcool gel que mais lhe assusta, o que mais lhe assusta é o medo de não ter o que comer, é o medo de ser despejado da casa que mora. E, de fato, não poder ficar em casa, pois não há mais casa.
Entendo que, nesse momento, a quarentena é necessária, mas precisamos aprofundar o nosso olhar sobre nossos irmãozinhos, precisamos olhar por ângulos diferentes dos nossos, para assim buscarmos soluções que atendam a todos. Mas se você está numa situação financeira confortável, não precisa se sentir culpado, pelo contrário, deve alegrar-se, reconhecer seus potenciais e de todos aqueles que contribuíram para a sua prosperidade. Seja grato!
Aos que estão em situação financeira difícil, a culpa também não é uma boa companheira nesse momento. Já a esperança de dias melhores, a confiança e os novos pensamentos podem trazer mais vida à sua vida.
Nessa fase que a humanidade está vivendo, muitas lições podem ser aprendidas. Se você está numa situação financeira confortável e pode pagar total ou parcialmente pelos serviços que lhe seriam prestados, porém foram interrompidos, pague com o coração alegre, pague total ou parcialmente, ou antecipe esse valor para o profissional. Seja grato por poder contribuir.
Você que não pode prestar o serviço, mas está necessitado desse dinheiro, receba com o coração alegre. Seja grato! Você que não pode prestar o serviço, mas que ficará bem mesmo sem receber esse dinheiro, de coração alegre não receba. Seja grato e honesto.
Podemos também ligar para nossos conhecidos. Pergunte se estão precisando de algum tipo de ajuda. Mova sua roda amigos ou familiares, faça uma mobilização em prol de alguém.
Solidariedade, amor, paciência, empatia, alegria, honestidade, ajudam a passar por essa fase com mais leveza, e devemos ficar atentos às ordens das autoridades.