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Fardo pesado

Como cuidar da saúde mental de mulheres com câncer de mama?

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Autor/Imagem:
Camila Tuchlinski

No Brasil, 28,1% dos casos de câncer são de mama, um porcentual mais elevado do que a média mundial, que chega a 25%. Quanto antes for detectado, maior a chance de cura. Apesar dos inúmeros avanços no tratamento do tumor, a notícia de um diagnóstico positivo ainda assusta muitas mulheres.

O caminho trilhado durante o tratamento pode ser um fardo pesado demais para carregar. E a mente precisa estar saudável para não padecer com o problema. Sessões de quimioterapia poderão provocar a queda de cabelo, irritação da pele e a perda da energia. Ao mesmo tempo, como manter a autoestima? A terapia pode ser um caminho.

“Na clínica, a mulher é convidada a refletir sobre o lugar da sua feminilidade: para além de seios, cabelos e cílios longos, o que é ser mulher? Essa resposta, sempre individual e única, levará a essa mulher a possibilidade de se reconhecer e se amar, na saúde e na doença”, explica a psicanalista Debora Damasceno, coordenadora da Escola de Psicanálise de São Paulo.

Pudores e crenças podem atrapalhar a mulher na realização do autoexame. “Entender que a doença não é fruto de nenhum mal pensamento e de nenhuma má ação, mas uma contingência que vai acometer um certo número de pessoas, se responsabilizar pelo próprio tratamento e se comprometer com o cuidado de si são, por assim dizer, as competências que queremos desenvolver durante o processo de tratamento. E também depois, no período da cura”, reflete a psicanalista.

A importância do autoexame e da realização de diagnósticos clínicos são temas recorrentes durante o Outubro Rosa. Apesar da campanha intensa que ocorre neste ano, existe a necessidade de se discutir também um assunto considerado tabu: a vida sexual das pacientes que têm câncer de mama.

“Depois do tratamento vem a vida e suas angústias. É um mecanismo normal da nossa mente construir como medos futuros situações dolorosas do passado. Na terapia, a percepção temporal é reestabelecida junto com o reconhecimento da própria capacidade de superação da doença e condições insatisfatórias da vida cotidiana”, conclui Débora.

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