Transformar o visual da casa de forma rápida e radical nem sempre é algo que se resume a buscar acessórios novos ou mudar os móveis de lugar. Parte fundamental na percepção de qualquer ambiente, as paredes também podem conferir um toque especial à reforma. Mais ainda quando entregues às mãos de especialistas em pinturas e texturas customizadas de superfícies.
Um tipo de serviço que vem ganhando espaço no mercado, como confirmam as artistas plásticas Adriana Pedrosa e Carlota Gasparian, que produzem pinturas exclusivas para residências há quase três décadas. “Nós seguimos a orientação do cliente, que indica as cores e texturas de sua preferência. Podemos imitar mármore, madeira, superfícies mais metalizadas”, afirma Adriana. “Ou até desenhar um mural com uma paisagem que o morador aprecie”, acrescenta Carlota.
O trabalho pode ser feito em telas no próprio ateliê ou diretamente na parede em questão. Entre produção, secagem e retoques, a obra dura até duas semanas. Dependendo, é claro, das dimensões da parede. Como primeiro passo, as artistas estudam quais materiais utilizar. Eles podem variar desde tintas e massas à base de água, até linho, colagens e folhas de metal e acabam contribuindo para o valor de cada trabalho.
Fugir do aspecto liso e convencional, porém, pode depender de aplicações mais rápidas, simples e com um bom custo-benefício. “Paredes de cimento queimado estão entre as mais pedidas atualmente”, comenta Diogo Brito, engenheiro da LR Construções. O valor de aplicação neste caso fica em torno de R$ 60 a R$ 100 por m² (descontado o custo do material). Mas para aplicar este tipo de textura é preciso que a área de trabalho esteja nivelada e sem ondulações. “O resultado final é uma parede fosca de aspecto brutalista. Mas caso o cliente deseje, é possível dar brilho com ceras e resinas.”
Existem opções ainda mais em conta como as texturas lisas e o grafiato, que variam entre R$ 25 e R$ 50, e podem ficar prontas em pouco tempo. No caso de uma parede de 10 m² em apenas dois dias. A massa é aplicada com uma desempenadeira de aço, bem espalhada sobre a superfície e, em seguida, são feitos movimentos para imprimir ‘desenhos’ à parede.
O arquiteto Gustavo Neves enxerga nas texturas mais rústicas e irregulares uma forma de aproximar a obra de quem a produziu. “A essência da textura é o valor humano, porque é a influência de cada pessoa sobre as ferramentas e materiais que interfere no resultado final. Essa é a principal vantagem estética: tornar cada parede uma obra única. Criar uma atmosfera que, além de exclusiva, estimule o tato”, opina.