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Como fazer uma saladinha de letras com muito molho

Rafaela é mineira. De pouco falar (como de resto, os mineiros) e de muito escrever – poesias, contos, crônicas, romances. É uma alquimista das letras, como se tivesse entre os dedos o ouro que tanto tiraram das Gerais.

Inconfidente, faz raras confidências. Seu amor pela escrita se traduz numa frase de apenas duas palavras: “Amo escrever”. Mas essa mineirinha deixa transparecer uma pequena mágoa: o escritor brasileiro deveria ser mais valorizado.

Veja a seguir os principais trechos da entrevista concedida a Notibras, por e-mail:

Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritora.

Meu nome é Rafaela, nasci em Ipanema – MG. Atualmente, estou morando em Conceição de Ipanema, também em Minas Gerais. Comecei a escrever na adolescência, mas quando casei, deixei a escrita de lado por mais de dez anos e só retornei após a morte da minha mãe, como uma forma de me expressar e superar o luto e a dor.

Como a escrita surgiu na sua vida?

Surgiu ainda na adolescência, lendo Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade, Machado de Assis… Com o amor pela leitura, também surgiu a vontade de escrever.

De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?

A inspiração muitas vezes surge do nada. Pode surgir de uma leitura que eu faço, de um problema social que deve ser abordado, ou simplesmente do pôr do sol.

Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?

Escrevo bastante sobre os meus sentimentos, minhas lutas com a fibromialgia, críticas sociais sobre temas que me incomodam e sobre os transtornos mentais. Como filha de uma mulher que sofria do transtorno da esquizofrenia, aprendi a abraçar com sensibilidade, temas delicados e pouco abordados.

Quais são os seus livros favoritos?

Um Girassol na Janela – Ganymédes José; O Safári dos Monstros – Thomas Brezina; O Assassinato no Expresso Oriente – Agatha Christie

Quais são seus autores favoritos?

Agatha Christie, Manoel Bandeira, Xico Sá, Machado de Assis…

O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?

Com certeza, a inspiração. Eu sempre sigo a inspiração.

Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?

Críticas sociais e transtornos mentais.

Para você, qual é o objetivo da literatura?

Ensinar, conscientização e lazer.

Você está trabalhando em algum projeto neste momento?

Sim. Na verdade eu tenho mais de 5 obras em andamento, mas estou focada no meu livro de poesias sobre os transtornos mentais.

Quais livros formaram quem você é hoje? O José Seabra sempre cita Camilo Castelo Branco como seu escritor predileto, o Daniel Marchi tem fascinação pelo Augusto Frederico Schmidt, e o Eduardo Martínez aponta Machado de Assis como a sua maior referência literária. Você também deve ter as suas preferências. Quem são? E há algum ou alguns escritores e poetas contemporâneos que você queira citar?

Não tem um único livro, mas os vários que eu já li.

Como é ser escritor hoje em dia?

É uma profissão pouco valorizada, mas eu amo escrever.

Qual a sua avalição sobre o Café Literário, a nova editoria de Notibras?

Eu estou amando! Nota 10.

Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?

Não, obrigada. Foi um prazer incontido essa nossa conversa..

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