Os livros são amigos silenciosos, capazes de nos levar a outros mundos e tempos. Mas eles também podem ser um ‘poço’ de poeira composta por fungos, poluentes atmosféricos e até excrementos de insetos. Livrar-se desse pó não é tarefa fácil. Afinal, esses objetos são feitos de matéria-prima frágil que não pode ser limpa de qualquer jeito, sob o risco de danificar o exemplar.
Os livros devem ser limpos regularmente e a periodicidade ideal varia, mas a sugestão é tirar o pó uma vez por semana ou a cada quinze dias.
Para remover a poeira, passe uma trincha (ou escova) macia sobre o topo das folhas de cada exemplar. Caso queira fazer uma limpeza profunda, tire o pó página a página. Se o volume for antigo e frágil, redobre o cuidado e sempre utilize proteção (luvas e máscara) e mantenha o ambiente arejado durante o processo.
Capas revestidas com filme plástico podem ser limpas com álcool gel ou a solução de álcool com vinagre e pano macio. Os odores ácidos ajudam a prevenir o ataque de fungos e pragas.
A estante precisa de faxina: retire os exemplares, passe o aspirador de pó e, na sequência, um pano úmido (que pode conter um pouco de álcool, vinagre branco ou limpador multiúso, dependendo do tipo de superfície). Antes de repor os livros, espere secar bem.
Em pé é melhor
Os volumes devem ser guardados em pé, um ao lado do outro, em local seco sem incidência direta do sol. Se não for possível deixar os livros em pé, coloque-os deitados, mas nunca empilhe mais de três unidades.
Em vez de organizar os livros por tamanho, prefira fazê-lo por estilo literário, assunto e/ou autor. Se sua biblioteca for extensa, considere utilizar pequenas etiquetas adesivas para identificá-los e crie um índice ou legenda.
Se a fila de exemplares não ocupar toda a extensão da prateleira, use aparadores para manter os volumes em pé.
Para prevenir a infestação de insetos, mantenha sua biblioteca sempre higienizada. Garanta ao local boa ventilação: na falta de janelas, vale recorrer a ventiladores e/ou a circuladores de ar.
Use e abuse de sachês de cânfora, naftalina e saquinhos de tecido ou potinhos com cravos-da-índia ou folhas de louro para afugentar as traças.
Em caso de contaminação, utilize inseticidas próprios para eliminar traças ou recorra a empresas especializadas em dedetização.
Guerra às manchas
Quando a limpeza dos livros não é feita regularmente é comum o aparecimento de manchas amarelas nas laterais dos volumes. Para eliminá-las, segure o livro fechado firmemente e use uma escova macia para limpar as bordas das páginas. Se as manchas persistirem, tente passar sobre os sinais de sujeira, com muito cuidado, um cotonete levemente umedecido em água sanitária.
Tenha cautela redobrada com os exemplares muito antigos, com papel velino (uma espécie de pergaminho) e couro. Se a edição for valiosa, recorra a um bibliotecário ou a um restaurador.
Não retire o livro da estante puxando pela borda superior: esse costume provoca o enfraquecimento e o consequente rompimento da lombada. O ideal é pegar o volume segurando-o pela parte central da encadernação.
Evite manusear os exemplares com as mãos sujas. Não use fitas adesivas ou cola para fazer consertos e não apoie cotovelos sobre as edições de médio e grande porte durante a leitura. Todos esses fatores diminuem a durabilidade dos livros.
Outro hábito nocivo é umedecer os dedos com saliva para virar as páginas: em longo prazo, a prática mancha e desencadeia reações ácidas no papel.
Jamais coloque grampos ou clipes metálicos nas folhas e capas. Com o passar do tempo esses objetos enferrujam e deixam marcas de oxidação no papel. Para marcar as páginas, use marcadores próprios para este fim e o mais finos possível. Se precisar fazer anotações, recorra a papeizinhos autoadesivos.