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Como os distritais viram o impeachment? Para os petistas, ainda é um golpe

O 'Muro da Vergonha' também entrou na discussão

Zildenor Ferreira Dourado

Vários distritais fizeram pronunciamentos na tribuna da Câmara Legislativa, nesta terça-feira (19), sobre a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef na Câmara dos Deputados. A maioria manifestou apoio ao resultado e defendeu que o Senado Federal confirme o afastamento da presidente. Os distritais petistas, contudo, criticaram o processo e defenderam não haver crime de responsabilidade que o justifique.

O deputado Raimundo Ribeiro (PPS) abriu o debate contestando a tese da honestidade da presidente da República. “Ela roubou e matou no passado. Infelizmente, as pessoas não analisam os antecedentes dela. Se ela não responde hoje a processo pela venda da refinaria de Pasadena é porque tem imunidade”, criticou, sustentando que tanto Dilma como o ex-presidente Lula “estão na Lava Jato”.

“A presidente é responsável por uma das maiores crises da nossa história, quebrou o nosso País. Ela não tem mais condições de continuar conduzindo o País”, reclamou o deputado Júlio César (PRB), elogiando a unidade de voto dos parlamentares de seu partido, a favor do impeachment.

A deputada Sandra Faraj (SD) afirmou que o resultado da votação de domingo (17) representou a “vontade do povo brasileiro”, que se mobilizou em favor do impeachment. E Lira (PHS) disse que “o PT agora trama um golpe no TSE” por defender novas eleições gerais, o que, em sua opinião, prejudicaria os políticos com mandatos que não foram envolvidos em crimes.

Golpe – “O que aconteceu no último domingo no Congresso Nacional foi um espetáculo deprimente”, protestou o deputado Chico Vigilante (PT), defendendo que a presidente da República está sendo vítima de um golpe praticado com o apoio de diversos deputados federais que respondem a vários processos na Justiça, citando entre eles Augusto Carvalho, ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, e Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados.

O líder do PT, Wasny de Roure, reconheceu que o partido sofreu uma “derrota política”, mas ressaltou sua convicção na honestidade da presidente. Ele também contestou a prática de crime de responsabilidade. Já o deputado Ricardo Valle (PT) disse que “foi um bando de deputados corruptos que aprovou o impeachment de uma mulher honesta”.

Muro – Se os deputados divergiram sobre o impeachment, a divisão dos grupos de manifestantes pelo polêmico “muro” na Esplanada dos Ministérios só recebeu elogios. Distritais, inclusive da oposição ao governo de Rollemberg, reconheceram que o sistema de segurança funcionou bem, garantindo a livre participação de todos.

Entre os que parabenizaram a eficiência da segurança destaca-se o deputado Roosevelt Vilela (PSB), que fez questão de elogiar a atuação da Polícia Militar. Com ironia, o deputado Bispo Renato Andrade (PR), que presidia a sessão, também elogiou a medida: “Dessa vez o Rollemberg acertou uma.”

UPA – Ainda durante a sessão desta tarde, o deputado Ricardo Valle criticou a iminente desativação da UPA de Ceilândia, anunciada pelo governo local. “Isso vai causar mais problemas para os moradores daquela cidade e sobrecarregar o hospital do local”, reclamou, lembrando das dificuldades já existentes hoje, com o funcionamento da UPA. Ele fez um apelo para que os deputados governistas “sensibilizem” o governador a reverter a medida.

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