Como é mesmo, Chico?
Condenado por danos morais, José Seabra paga 46.048,01 a Celina Leão

Decisões judiciais são atos dos quais o Estado se vale para manifestar sua soberania e poder sobre os cidadãos. Vem daí a inquestionável tese de que ordem judicial não se discute, cumpre-se. Foi o que fez o jornalista José Seabra Neto, fundador de Notibras.
Independentemente de qualquer juízo de valor, ele se viu obrigado a manchar sua história jornalística de cinco décadas e, sem novas argumentações contra a força, a aceitar a decisão judicial, sob pena de, aí sim, cometer um crime: o de desobediência.
Réu em uma ação movida pela vice-governadora do Distrito Federal Celina Leão (PP), José Seabra teve de recorrer a amigos de ontem, de hoje e de sempre, os quais, por meio de uma vaquinha virtual, conseguiram arrecadar o montante exigido pela defesa da vice-governadora.
Exclusivamente por conta da amizade, o jornalista arrecadou os R$ 46 mil necessários para quitação da dívida de R$ 46.048.01. Os valores foram recolhidos nesta segunda (17) ao Banco Regional de Brasília (BRB), conforme documento 0709110155001913087.
Por uma dessas injustiças do destino, José Seabra Neto, reconhecidamente um dos grandes jornalistas investigativos do Brasil e de Brasília, virou caça. Reiteramos que não há o que discutir sobre a decisão beneficiando Celina Leão.
No entanto, vale registrar que, felizmente, existe a justiça de Deus. Nela, não há punição, mas sim a colheita daquilo que plantamos. José Seabra Neto pode ser acusado de tudo, menos da falta de coragem para admitir que também pode falhar na hora do plantio.
Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Livre do processo, o que muito nos honra, e a toda a equipe de Notibras, Seabrinha deixa de ser caça. E, para lembrar Chico Buarque, amanhã será outro dia.
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Marta Nobre é Editora-Executiva de Notibras
Sonja Tavares é Editora de Politica de Notibras
