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‘Confraria do Agnelo’ cria parceria para faturar 1,7 bi com a Terracap

A ‘Confraria do Agnelo’ – como ficou conhecido um grupo de amigos íntimos do governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) – criou há 10 meses e 10 dias, a sociedade empresarial SPE Ibero Americana Ltda. Uma das metas era ajudar a implantar um projeto de governo petista em Brasília até 2048, com vitórias eleitorais sucessivas.

O capital social do grupo  foi registrado como sendo de 165 milhões de reais. O principal objetivo, faturar 1 bilhão 700 milhões de reais por meio da Terracap. O maior alvo dos negócios, o Parque Tecnológico Cidade Digital, que seria oficializado tempos depois.

Juridicamente, a SPE pertence aos sócios Gaia New Tecnologies S.A., da Espanha; AMCC Digital Ltda, de Anápolis; e Catedral Construção Civis Ltda, do Paraná. Tratam-se, porém, de ‘laranjas oficiais’. Um suposto ‘contrato de gaveta’ envolve outros sócios membros da ‘Confraria’.

O documento de constituição da SPE Ibero Americana Ltda foi elaborado nos escritórios do advogado Luiz Carlos Alcoforado. O doutor Alcoforado é tido como amigo íntimo do governador, seu principal advogado e conselheiro para questões jurídicas.

Do capital de 165 milhões de reais, os investidores espanhóis entraram com 80%, o que corresponde a 132 milhões de reais. Os sócios brasileiros, membros da ‘Confraria’, assumiram os 20% restantes, cabendo a cada um desembolsar 16 milhões 500 mil reais.

Apesar de prever, em uma das cláusulas do contrato social, que ‘em nenhuma hipótese os serviços seriam interrompidos em razão de disputas internas entre os sócios’, o projeto começou a fazer água. A divisãodo bolo – quem fica com o quê dos lucros – motivou um racha irremediável na ‘Confraria’.

O primeiro compromisso a ser quebrado, que deixou Agnelo Queiroz, Luiz Carlos Alcoforado e o sócio espanhol José Vazques Gallego, irritados, foi o rompimento do caráter de confidencialidade de criação e operações da SPE Ibero Americana Ltda.

Representantes da ‘Confraria’, sentindo-se alijados da divisão do bolo, entregaram a Notibras cópia do contrato de criação da SPE.O governador e seu advogado, contatados por meio de suas assessorias, não responderam as perguntas encaminhadas. Os sócios oficiais da SPE não foram localizados.

A briga agora é para saber quem arcará com os prejuízos financeiros e de imagem da Terracap. Quanto ao prejuízo moral do governador Agnelo Queiroz e do seu círculo de amigos íntimos, estima-se que não há dígitos que paguem.

José Seabra

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