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Congresso faz chantagem emocional com problemas do país

Brasília 60 Anos - Congresso Nacional

Os parlamentares estão curtindo um recesso fora de época por duas razões. A primeira e mais óbvia são as eleições municipais que mobilizam os caciques nacionais em torno de seus aliados regionais. Por isso, o clima de tranquilidade deve durar até o final do mês, quando termina o segundo turno. Mas isso não é tudo. A pasmaceira se deve também ao entrave do STF à liberação das emendas parlamentares.

Apesar do resmungo de alguns deputados de que Flávio Dino teria descumprido o acordo com a Câmara, o que também faz parte do jogo de cena para terceirizar as responsabilidades, não há outra alternativa além de regulamentar as exigências por maior transparência na distribuição dos recursos. Mesmo assim, Lira garante a boa vontade do Supremo mantendo em cima da mesa as matérias anti-STF já tramitadas na CCJ da Câmara.

A tarefa de redigir uma Projeto de Lei Complementar sobre o tema ficará a cargo do relator do orçamento, o senador Angelo Coronel (PSD-BA). Ou seja, até o final de outubro os projetos prioritários do governo, como a regulamentação da reforma tributária e o orçamento de 2025, devem ficar em banho maria, aguardando o final do calendário eleitoral. Enquanto isso, o governo aproveita para dar visibilidade a outras pautas, como o endurecimento das penas por crimes ambientais e os programas de combate à fome.

Ao mesmo tempo, fora a questão das emendas, o Congresso segue gerindo demandas setoriais e de pequena monta, o que dá a Arthur Lira tempo para dedicar-se às articulações em torno da sucessão na Câmara. A expectativa é que o governo abra mão de uma candidatura própria e apoie o preferido de Lira, Hugo Motta (Rep-PB), em nome da estabilidade institucional, o que, se confirmado, tende a consolidar o atual modus operandi entre o governo e o Congresso.

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