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Liberou geral

Congresso gabarita 100% no quesito dane-se o Brasil

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Autor/Imagem:
Arimathéia Martins - Foto de Arquivo

Como hienas em busca de carniça, os seres dominantes do Congresso Nacional, cujos nomes soam desnecessários diante da barbárie que produzem, mantêm o risus abundant in ore stultorum. Embora preguem como capatazes da moralidade, da honestidade e dos bons costumes, esses cidadãos gravitam num paraíso que só existe para eles. Dominado pelo conservadorismo de beira de estrada, a Câmara dos Deputados e o Senado vivem atualmente de contradições. Ao mesmo tempo em que aprovam a criminalização das drogas, penalizam as vítimas de estupros e poupam o estuprador, a maioria de suas indecentes excelências votaram em uma comissão pela aprovação de todos os tipos de jogos de azar.

Daí para o liberou geral é menos do que uma rodada da roleta. Em outras palavras, os parlamentares do fim do mundo gabaritaram no quesito fornique-se ou dane-se o Brasil. Embora de domínio conservador, mais precisamente de maioria evangélica, é ou não é coisa do demônio o atual Parlamento brasileiro? Com esse trabalho magistral em favor do grande conglomerado econômico que é o crime organizado, o lucro é certo, inclusive para os proprietários da fé que votaram contra ou a favor da proposta. Donos da palavra enviesada de Deus e mentores de um bando de boçais, esses senhores facilitam minha afirmação latina inicial.

Sempre em nome de Jesus, realmente o riso é abundante na boca dos tolos. Digo tolos sem qualquer preocupação com o castigo divino. Em verdade, se alguém tem de se preocupar com o juízo final são os representantes do Diabo na terra fértil do Evangelho segundo os mais malandros otários. Um dia eles pagarão caro pelo nariz de palhaço usado diariamente pelos cidadãos que achincalham voluntária e deliberadamente. Por conta da imbecilidade do povo que acha bonito sofrer e chorar enquanto eles riem, provavelmente esse castigo não virá pelo voto.

Tudo bem. Como acredito no ditado bíblico (?) de que não há mal que nunca se acabe, um dia a casa cai. Nesse dia, os abutres não se salvarão. Serão enterrados junto com a palhaçada que manufaturam corporativamente contra os brasileiros sérios e honrados. Os senadores que aprovaram na CCJ da Casa a legalização dos bingos, do jogo do bicho e dos cassinos têm certeza das consequências decorrentes de tal proposta. Do ponto de vista econômico, a proposição, já aprovada na Câmara, é estrogonificamente poderosa, na medida em que facilitará a lavagem de dinheiro, embora, em algum momento, proporcione ao governo federal uma maior arrecadação de tributos.

Aproveitando-se do que não propôs, Luiz Inácio adiantou que sancionará o projeto caso ele avance no Congresso. Eis o mistério do faturamento a qualquer preço. O problema são as famílias. E nelas não pensam o presidente da República, muito menos os deputados e senadores que sequer se ativeram à possibilidade concreta de estarem contribuindo para a futura alteração da denominação dos mafiosos. Com a aprovação definitiva da matéria, eles passarão a ser conhecidos como grandes empresários. E não importa que no submundo sejam taxados de destruidores de pessoas e de famílias viciadas.

Diante de toda essa patifaria contra a população brasileira, é fácil concluir que “nihil novi sub sole brasilia”, isto é não há nada de novo debaixo do sol de Brasília. Quanto aos nossos eleitores de cordel, também conhecidos como de cabrestos, “sementem ut feceris, ita metes”. No português que sai da urna eletrônica, cada um colhe conforme semeia.

 

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