A Assembleia Nacional da Venezuela exigiu nesta terça-feira que as Forças Armadas interrompam a repressão, na véspera de marchas convocadas por governistas e pela oposição, em meio a uma grande tensão política.
A maioria opositora do Congresso se dirigiu em comunicado às Forças Armadas, para dizer-lhes que atuem conforme a Constituição e “do lado do povo”, durante protestos nas ruas.
A declaração ocorreu um dia após o presidente Nicolás Maduro aparecer acompanhado de milhares de civis uniformizados, aos quais ele ofereceu fuzis, o que foi considerado por opositores e analistas um ato de intimidação de adversários que há quase três semanas fazem protestos quase diários contra o governo.
O presidente da Assembleia Nacional, deputado Julio Borges, descartou que a comunicação seja um chamado à rebelião. Segundo ele, se exige que os militares “parem” com os abusos.
Algumas organizações internacionais de direitos humanos e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, denunciaram que as forças de segurança cometeram excessos para conter protestos que deixaram cinco mortos, várias dezenas de feridos e 241 detidos, segundo estimativas da organização humanitária local Foro Penal.
O ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, defendeu na segunda-feira a atuação dos militares e disse que não se pode chamar de repressão a ação do Estado orientada a restituir a ordem pública com “perfeito apego” à Constituição.