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Peru

Congresso rejeita nova eleição e acentua crise

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Antônio Albuquerque, Edição - Foto Reprodução

O Congresso peruano rejeitou um projeto de reforma constitucional para que as eleições presidenciais, programadas para abril de 2026, sejam antecipadas para abril de 2023.

A proposta havia sido formulada na Comissão de Constituição, e foi liderada pelo presidente dessa instância, o deputado Hernando Guerra García, do partido Força Popular – legenda fundada pelo ex-ditador Alberto Fujimori e cuja máxima figura atualmente é a sua filha, Keiko Fujimori.

O projeto fujimorista, que consistia em realizar apenas eleições presidenciais no próximo ano, contou com 49 votos a favor, 33 votos contrários e 25 abstenções. Eram necessários 66 votos favoráveis para obter a aprovação.
Entretanto, essa não é a única iniciativa de mudança do calendário eleitoral que está tramitando atualmente no Legislativo peruano.

O governo de Dina Boluarte enviou na segunda-feira (12/12) uma proposta que prevê eleições gerais – ou seja, dos poderes Executivo e Legislativo – em abril de 2024. Esta segunda iniciativa ainda não tem uma data para ser votada pelo parlamento.

O governo de Boluarte sofreu sua primeira baixa: a ministra da Educação, Patricia Correa, nomeada no último sábado renunciou ao cargo.

Segundo o jornal La República, Patricia tomou a decisão em repúdio à violência usada pela polícia contra os manifestantes, durante os protestos ocorridos no país desde o mesmo sábado em que ela assumiu o ministério.
“Mesmo que consideremos que hoje exageros por parte dos manifestantes, a violência do Estado não pode ser desproporcional”, afirmou a agora ex-ministra.

Segundo a Coordenadora Nacional de Direitos Humanos do Peru, a repressão policial contra as manifestações já produziu 21 mortes, a maioria delas nesta quinta-feira (15/12), durante a Jornada Nacional de Luta, convocada por dezenas de organizações sociais.

O Ministério da Saúde do Peru contesta esses números, e afirma que os hospitais do país registraram 14 mortes de pessoas que foram agredidas pela polícia nas manifestações.

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