O Conselho de Segurança da ONU impôs nesta sexta-feira (22) novas sanções à Coreia do Norte, em resposta ao teste feito pelo país no fim de novembro, quando realizou o lançamento de seu míssil balístico intercontinental mais avançado. Por unanimidade, os 15 países do Conselho aprovaram uma resolução proposta pelos Estados Unidos, que endurece ainda mais as amplas sanções internacionais contra o regime de Kim Jong-un.
As novas sanções buscam, entre outras coisas, restringir boa parte do fornecimento de produtos derivados do petróleo a Pyongyang e a repatriação dos norte-coreanos que estão trabalhando no exterior e que geram receitas que beneficiam o governo do país. Segundo os EUA, a resolução reduzirá em 89% o acesso do regime de Jong-un a gasolina, diesel e outros derivados do petróleo.
Além disso, as medidas incluem provisões segundo as quais o Conselho de Segurança se compromete a cortar ainda mais o fornecimento de petróleo ao país em caso de novos testes com mísseis balísticos intercontinentais.
No que diz respeito aos trabalhadores norte-coreanos no exterior, o texto requer que todos os países os expulsem num prazo máximo de dois anos. Segundo Washington, quase 100 mil norte-coreanos estão trabalhando fora do país, a maioria na China e na Rússia.
Os EUA afirmam que os impostos que a Coreia do Norte impõe a essas pessoas geram ao regime mais de US$ 500 milhões ao ano.
“Pyongyang escolheu o caminho do isolamento”, disse a embaixadora americana, Nikki Haley, imediatamente depois do voto. Segundo ela, a resolução mostra que a comunidade internacional vai continuar respondendo às “ações agressivas” de Kim com sanções sem precedentes.
O objetivo das sanções é dificultar financiamento para as autoridades norte-coreanas tocarem seus programas armamentistas e forçá-las a negociar.
“As sanções apertarão e dificultarão que o regime consiga financiar os seus programas nucleares e de mísseis. Ao mesmo tempo, vamos garantir que não estamos tornando a vida ainda mais difícil aos pobres cidadãos norte-coreanos”, explicou à imprensa o embaixador britânico Matthew Rycroft.
Para a França, a resolução procura “mudar os cálculos do regime” e enviar-lhe uma “clara advertência” de que deve abandonar “o perigoso caminho” que escolheu. “Acreditamos que a máxima pressão hoje é a nossa melhor alavanca para uma solução política e diplomática amanhã”, defendeu o representante francês, François Delattre.
Neste ano, a ONU endureceu em várias ocasiões as sanções contra a Coreia do Norte como forma de responder ao aumento dos testes nucleares e com mísseis por parte do regime.