A indústria da construção civil é o primeiro dos grandes setores da economia a lucrar com a queda da inflação. Além disso, fica de olho numa eventual queda na taxa de juros, já prevista para agosto. É consenso no setor que a melhora da conjuntura econômica no Brasil aumentou o apetite de investidores pelas propriedades comerciais.
Só a título de ilustração, ao longo do segundo trimestre, foram registradas 31 transações de compra e venda de imóveis de grande porte nas áreas de varejo, logística e escritórios. Juntas, elas movimentaram R$ 2,6 bilhões, uma alta de 53,7% em relação ao primeiro trimestre.
Essa alta expressiva no valor das transações é um sinal claro de que os negócios envolvendo propriedades comerciais estão em rota de crescimento, avalia o consultor Daniel Battistella. Diante da esperada queda nas taxas de juros em breve, o retorno sobre os investimentos em imóveis voltará a ficar mais atrativo, e os compradores já se dispõem a pagar mais pelos ativos. Na outra ponta, o vendedor se animar a vender.
Levantamento dp mercado mostra ainda que houve uma queda no cap rate no segundo trimestre. Leia-se aí: os imóveis estão sendo vendidos por valores mais altos. O indicador é a razão entre o faturamento anual com aluguéis do imóvel sobre o seu valor de venda. Na média, as transações resultaram em um cap rate de 7,4% no segundo trimestre, queda de 2,5 pontos porcentuais ante o primeiro trimestre. Com a procura crescente por esses ativos, os vendedores estão subindo o sarrafo.