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Dia D

Contra a cólera, OMS inicia maior campanha de vacinação

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Pedro Nascimento, Edição

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros realizam a partir de amanhã (10)  em Bangladesh, a segunda maior campanha do mundo de vacinação oral contra o cólera. A ação será realizada no campo de refugiados rohingya na localidade de Cox’s Bazar.

Segundo a OMS, centenas de agentes de saúde e voluntários foram mobilizados para entregar 900 mil doses da vacina OCV a mais de 650 mil homens, mulheres e crianças que estão vivendo em acampamentos superlotados na região, com dificuldades de acesso à água limpa, saneamento e higiene.

Desde o fim de agosto, mais de meio milhão de pessoas chegaram a Bangladesh fugindo do estado de Rakhine, em Mianmar. Segundo o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) cerca de 60% dos refugiados são crianças.

A menos de 24 horas do início da campanha, o diretor regional de emergência da Organização Mundial da Saúde para o Sudeste Asiático, Roderico Ofrin, disse que os riscos foram avaliados e que a ação “provavelmente salvará muitas vidas”. Ele afirmou ser essencial que a campanha de vacinação seja acompanhada de um aumento nos serviços de água e saneamento.

Segundo Ofrin, a imunização em massa fornecerá proteção vital contra o cólera, especialmente nos próximos seis meses, mas a vacinação por si só não é substituto para água limpa, saneamento adequado e boa higiene. A ONU calcula que serão necessários US$ 434 milhões para ajudar os refugiados da minoria rohingya nos próximos meses.

O apoio técnico e operacional da OMS à campanha de vacinação é parte de sua resposta à emergência. Desde agosto, a agência ajudou a planejar e implementar campanhas contra sarampo, rubéola e pólio que protegeram mais de 100 mil crianças.

Risco real, ação urgente – Uma avaliação dos riscos de saúde no local foi realizada por autoridades nacionais com o apoio de agências das Nações Unidas, como a OMS, o Unicef, a Agência da ONU para Migrações (OIM), e a ONG Médicos Sem Fronteiras (MsF). A conclusão foi que o risco de um surto de cólera é “real e a necessidade de agir é urgente”.

A Agência da ONU para Refugiados (Acnur), já está atuando com autoridades de Bangladesh para conter surtos de diarreia nos acampamentos onde estão os rohingyas que fugiram de Mianmar.

Tragédia – Uma outra agência da ONU, a OIM, chamou a atenção para uma tragédia que atingiu mais refugiados rohingya na noite de domingo, quando pelo menos 13 pessoas, a maioria crianças, se afogaram quando o barco de pesca em que estavam a caminho de Bangladesh virou numa tempestade.

A guarda-costeira bengalesa encontrou os corpos de sete meninos com idades entre três e 10 anos e quatro meninas com idades entre dois e três. Os corpos de dois adultos, um homem e uma mulher, também foram encontrados.

Os sobreviventes disseram a equipes da OIM que havia cerca de 60 refugiados na embarcação quando ela deixou Mianmar à noite. Funcionários da agência da ONU conversaram com sobreviventes, entre eles o menino Arafat, de oito anos. Em choque, ele contou que perdeu a família inteira no acidente: a mãe, o pai, uma irmã e um irmão mais novo.

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