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Luto e luta

Contra impunidade, ONU pede ação sobre assassinato de Marielle

Publicado

Autor/Imagem:
Jamil Chade

O Escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos cobra do governo brasileiro um compromisso para que realize uma investigação “independente e transparente” em relação às mortes da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Pedro Gomes. Para a entidade, os responsáveis precisam ser identificados e levados à Justiça.

Em um comunicado emitido em Genebra, na Suíça, nesta quinta-feira, 15, a porta-voz da ONU para direitos humanos, Liz Throssell, destacou o papel da ativista brasileira e indicou que sua morte não pode ficar impune.

“Condenamos o profundamente chocante assassinato no Brasil da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista”, disse. Marielle foi uma reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das mulheres e das pessoas afrodescendentes, principalmente nas áreas pobres.”

Ela afirmou que as as autoridades se comprometeram a realizar uma completa investigação dos assassinatos da noite desta quarta-feira, 14.

“Apelamos para que essa investigação seja feita o quanto antes, e que ela seja minuciosa, transparente e independente para que possa ser vista com credibilidade”, insistiu. “Os maiores esforços devem ser feitos para identificar os responsáveis e levá-los perante os tribunais.”

O chefe da ONU para Direitos Humanos, Zeid al Hussein, criticou em várias ocasiões públicas e em encontros fechados com as autoridades a situação da violência no Brasil

Na semana passada, ele cobrou do governo brasileiro garantia da presença da sociedade civil no Observatório de Direitos Humanos criado para monitorar as ações militares durante a intervenção federal no Rio de Janeiro. Marielle havia sido nomeada como relatora da Comissão da Câmara de Vereadores que também iria acompanhar a ação.

Em um documento apresentado em Genebra na semana passada, Zeid criticou as ações propostas pelo governo brasileiro e insistiu sobre a necessidade de que a intervenção fosse acompanhada por ativistas de direitos humanos. “Enfatizo a importância da participação da sociedade civil nesse organismo”, declarou em seu informe anual.

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