A festa de 100 anos da Copa América começou nesta sexta-feira no Levi’s Stadium, em Santa Clara, no estado americano da Califórnia, mas a torcida anfitriã não teve motivos para comemorar, já que na partida de abertura a Colômbia derrotou os Estados Unidos por 2 a 0.
Quem teve postura de equipe mandante foi a representante da América do Sul, não só pelos gritos dos colombianos presentes no estádio, que em muitos momentos ofuscaram a torcida adversária, obviamente mais numerosa, mas sobretudo pela imposição em campo. Os ‘Cafeteros’ não tiveram maior posse de bola, mas foram mais efetivos, com seis chutes no alvo, contra dois do adversário, e venceram graças aos gols de Zapata e James Rodríguez, ambos no primeiro tempo.
Dessa forma, os vencedores do torneio da Conmebol em 2001 saíram na frente no grupo A, que tem ainda Paraguai e Costa Rica. Essas duas equipes estrearão neste sábado no Citrus Bowl, em Orlando.
Os EUA entraram com uma equipe bastante renovada e que teve como jogadores de maior renome internacional apenas o volante Bradley, capitão do time e ex-jogador de Borussia Mönchengladbach e Roma, e o atacante Dempsey, ex-Tottenham
Na Colômbia, José Pekerman abriu mão de vários figurões, como os atacantes Jackson Martínez e Falcao García. A responsabilidade então caiu sobre Cuadrado e principal James Rodríguez, que não fez boa temporada pelo Real Madrid e foi deixado no banco por Zinedine Zidane na maioria das partidas. No entanto, na seleção ele tem o moral de quem foi o artilheiro da última Copa do Mundo e não decepcionou.
Antes de a bola rolar em Santa Clara, houve show de abertura oficial da competição e uma homenagem ao zagueiro colombiano Andrés Escobar, morto há 22 anos. O jogador foi assassinado em Medellín em julho de 1994, dias depois de ter marcado um gol contra em um jogo justamente entre sua seleção e os EUA, pela Copa desse ano.
A Copa América acontece pela primeira vez fora da América do Sul, mas a mudança e o caráter festivo da edição centenária do torneio não impediu alguns problemas, como o atraso no jogo de abertura. A bola rolou quase dez minutos do previsto.
O primeiro lance de perigo favoreceu a equipe da casa, logo com quatro minutos de partida. Zardes encarou a marcação pela direita e cruzou para Wood, que dividiu com Zapata e não conseguiu finalizar. O goleiro Ospina ficou com a bola.
Porém, quem balançou a rede foi a Colômbia, logo em seguida, aos sete. Cardona cobrou escanteio ensaiado e encontrou justamente Zapata, que se deslocou por trás da marcação e emendou uma bomba de pé direito.
O gol empolgou os ‘cafeteros’, que um minuto depois já buscaram o segundo. Cuadrado driblou na direita e deixou para Torres, que cruzou por baixo. Cameron se antecipou a Bacca e afastou.
Os EUA atacavam pouco e, em uma das primeiras descidas, foram prejudicados pela arbitragem. Aos 19, Zardes abriu na esquerda e Wood partiria livre, mas o lance foi mal invalidado devido à marcação de um impedimento que não existiu.
Discreto até então, James Rodríguez deu o ar da graça com boa inversão para Carona, aos 21 minutos. O volante arriscou de fora, e Guzan pegou firme. Bradley respondeu para os americanos com cobrança de falta na cabeça de Jones, aos 24, mas o meio-campista errou o alvo por muito.
Dempsey pegava pouco na bola, mas em uma rara oportunidade, aos 35 minutos, deu trabalho. Zardes passou por dois defensores e tocou para o experiente companheiro, que chutou de fora da área e tirou tinta da trave direita.
Quando ia conseguindo se soltar, a seleção anfitriã recebeu um balde de água fria nas costas. Aos 41, Díaz recebeu na esquerda e cruzou. A bola bateu na mão de Yedlin, e o mexicano Roberto García marcou pênalti. James cobrou firme no canto esquerdo, Guzan caiu para o direito, e a bola entrou.
O panorama não mudou muito depois do intervalo. A limitação técnica impedia que a equipe ameaçasse, e a Colômbia se mantinha no campo de ataque. Aos cinco minutos do segundo tempo, Cardona mandou um foguete do meio da rua, o goleiro espalmou, e Bacca se preparava para ficar com o rebote, mas Cameron não deixou e cortou.
O jogo era em território americano, mas a torcida que fazia a festa era a colombiana, que já gritava “olé” aos dez minutos. Os donos da casa então deram um “sinal de vida” aos 14, em escanteio cobrado por Bradley. Dempsey cabeceou com liberdade e pegou firme, mas Pérez tirou em cima da linha.
A bola parada voltou a ser arma aos 18, novamente com Dempsey, que cobrou falta por fora da barreira no ângulo esquerdo. Ospina deu um bonito salto e enfim fez sua primeira defesa na partida.
Em sua última jogada, antes de ser substituído devido a um problema no ombro, aos 23 minutos, James fez ótima inversão da esquerda para a direita até Cuadrado, que passou para o meio. Bacca chegou de frente, mas bateu com desvio e ficou com o escanteio.
O centroavante do Milan queria muito deixar o seu, mas ficou no quase. Aos 31, o camisa 7 foi lançado com total liberdade, invadiu a área e finalizou tirando de Guzan, mas a bola caprichosamente beijou o travessão e voltou para o campo de jogo para ser rechaçada pela zaga.
O jogo então teve um pouco de emoção, já que dois minutos depois os EUA estiveram perto de diminuir. Bedoya fez boa jogada individual e deixou para Dempsey, que arrematou perigosamente à direita da meta.
Mas a sequência de chutes perigosos foi apenas um lampejo, e o ritmo voltou a cair. A Colômbia ainda teve uma última oportunidade de marcar o terceiro, aos 43, com Cardona. O atacante pegou sobra e emendou de primeira, com veneno, mas o goleiro defendeu, e o placar ficou mesmo em 2 a 0.