Karla Maranhão
A taxa de juros não muda – ao menos até o início de março. Foi o que decidiu nesta quarta-feira, 20, o Comitê de Política Monetária, ao manter a Selic em 14,25% ao ano. A próxima reunião do Copom é daqui a 40 dias.
O setor produtivo aprovou a iniciativa. O presidente da Associação Comercial de São Paulo Alencar Burti, considerou a decisão acertada. “O desemprego e a recessão já derrubaram a confiança e o consumo das famílias e isso deverá levar ao recuo da inflação”, disse.
Burti disse que é preciso tempo para sejam sentidos ainda os efeitos das elevações anteriores da Selic. “Elas foram suficientes para reverter a escalada inflacionária e para produzir resultados em 2016 e em 2017”, afirmou, salientando que o alívio nos grandes reajustes de tarifas públicas e na alta do câmbio também aponta nesta direção.
Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) considera que “um novo ciclo de aperto monetário não é a solução para que a inflação retorne à meta estabelecida”. De acordo com a Firjan, o aumento da taxa básica de juros apenas agravaria a recessão como também a situação das contas públicas.
A Firjan também defendeu a necessidade de um ajuste fiscal, já que o descontrole de preços está intimamente relacionado ao descontrole dos gastos públicos. Para a federação, o ajuste deve contemplar superávits primários mais robustos e metas de longo prazo, bem como regras explícitas que limitem o crescimento dos gastos correntes em relação ao PIB. “Sem isso, dificilmente a inflação retornará para níveis próximos à meta.”