Fabrício de Castro
Os economistas do mercado financeiro elevaram levemente suas projeções para o IPCA – o índice oficial de preços – neste ano. No Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 21, pelo Banco Central (BC), a mediana para o IPCA em 2017 foi de 3,50% para 3,51%. Há um mês, estava em 3,33% Já a projeção para o índice de 2018 seguiu em 4,20%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas nesta segunda no Focus indicam que a expectativa é de que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
No dia 9 passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de julho foi de 0,24%, após a deflação de 0,23% verificada em junho. No ano, o IPCA acumula taxa positiva de 1,43% e, em 12 meses, índice de 2,71%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 seguiu em 3,38%. Para 2018, a estimativa permaneceu em 4,00%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,10% e 4,19%, respectivamente.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,50% para 4,43% de uma semana para outra – há um mês, estava em 4,40%
Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para agosto de 2017 seguiu em 0,47%. Um mês antes, estava em 0,25%. No caso de setembro, a previsão de inflação do Focus foi de 0,33% para 0,32%, ante o mesmo 0,32% de quatro semanas atrás.
Preços administrados – O Relatório Focus agora divulgado indicou mudança na projeção para os preços administrados neste e no próximo ano. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador em 2017 passou de alta de 5,80% para elevação de 6,00%. Para 2018, a mediana seguiu em 4,70%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 5,00% para os preços administrados em 2017 e elevação de 4,70% em 2018.
No dia 20 de julho, o governo anunciou aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol. Parte deste reajuste tem levado ao aumento das projeções para os administrados.
Na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), publicada no dia 1º de agosto, o BC projetava alta de 6,6% para os preços administrados em 2017 e avanço de 5,3% em 2018.
Outros índices – O relatório do BC também mostrou que a mediana das projeções do IGP-DI de 2017 passou de -0,88% para -1,03% da última semana para esta. Há um mês, estava em -0,86%. Para 2018, a projeção seguiu em +4,50%, mesmo valor de quatro semanas atrás.
Calculados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do dólar e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
Outro índice, o IGP-M, que é referência usual para o reajuste dos contratos de aluguel, foi de -0,70% para -0,72% nas projeções dos analistas para 2017. Quatro levantamentos antes, estava em -0,28%. No caso de 2018, o índice seguiu em +4,44%, ante +4,50% de um mês atrás.
Já a mediana das previsões para o IPC-Fipe de 2017 passou de +2,94% para +3,05% no Focus. Um mês antes, a mediana das projeções do mercado para o IPC era de +3,37%. Para 2018, a projeção do IPC-Fipe seguiu em +4,50%, ante +4,49% de um mês antes.