Sabendo fazer
Cor bem distribuída dá uma nova vida ao pequeno apê
Publicado
emMarcelo Lima
Adepto incondicional do uso da cor na decoração, para o designer de interiores gaúcho, radicado em São Paulo, Maximiliano Crovato, confiná-la aos limites das paredes significa, na maioria das vezes, menosprezar seu potencial. “No meu caso, prefiro fazer com que as cores se espalhem pelo piso, subam pelas paredes e, se possível, alcancem o teto”, assume ele. “Fiz disso minha marca registrada e me agrada ser reconhecido por isso”.
Como aconteceu, aliás, neste apartamento localizado nos Jardins paulistano, de propriedade de uma jovem advogada, em constantes viagens de negócios por todo o País, que desejava dotar seu apartamento compacto, de 50 m², de uma ambientação personalizada e, ao mesmo tempo, de alto impacto. Na medida certa, segundo o designer, para fazer com que ela se sentisse acolhida nos momentos em que está sozinha. E suficientemente estimulada quando na companhia dos amigos.
“Quando ela me procurou sua principal expectativa era quanto ao uso da cor. De imediato pensei em rosa. Fiquei com isso na cabeça, até que me deparei com um tom que me encantou: rosa floral. Apresentei à minha cliente, que é uma mulher muito feminina e ousada e ela comprou no ato”, lembra o designer, para quem as dimensões do imóvel, longe de se constituírem um obstáculo, se revelaram um trunfo.
Ponto de partida do projeto, como a arquitetura original do apartamento, com janelas espalhadas ao longo de todo o living, que proporcionava condições ideais de iluminação, Crovato resolveu dispensar o uso de cortinas e persianas. Até porque, dessa forma, além da luz natural, seria possível trazer a vegetação proveniente das floreiras externas para dentro do apartamento, ampliando as condições de ventilação.
Da mesma forma, em sintonia com a atmosfera quente das paredes, a madeira, de imediato, se impôs como opção de revestimento. Laminado de madeira foi assim elencados para revestir as paredes do living, sala de jantar e cozinha.
“Quando trabalhamos com espaços de dimensões reduzidas, podemos manter uma uniformidade maior entre os ambientes”, comenta o designer. Segundo ele, é possível exercitar a mesma linguagem em todos os espaços, de uma forma mais abrangente. Em contrapartida, como limitação, surge a necessidade de se trabalhar com mobiliário personalizado, executado, na maior parte dos casos, sob medida.
“Não que isso não seja interessante do ponto de vista estético e funcional. Apenas que, invariavelmente, acaba elevando os custos. Fabricar peças sempre acaba sendo mais caro do que optar por peças de mercado. Mas que em certos casos vale a pena, isso vale”, conclui.