Coração não é nada bobo, e se não cuidar, ele para

Gabi Oliveira, Edição

A cada dois minutos, uma pessoa morre em decorrência de problemas cardíacos no Brasil, de acordo com o boletim divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2011. Celebrado todo dia 29 de setembro, o Dia Mundial do Coração traz à tona a importância de cuidar dos hábitos de vida.

As estimativas são negativas. A OMS também divulgou que até 2040, o número de mortos por doenças cardiovasculares do Brasil cresça em torno de 250%. Ou seja, praticamente dobre a cada década, mas nem tudo está perdido.

O cardiologista Leandro Goulart, do Hospital do Coração do Brasil, em Brasília, explica que o aumento da expectativa de vida tem relação direta com a incidência de doenças cardiovasculares.

“Antes morria-se mais jovem por doenças infecciosas, mas houve grande evolução no tratamento. Com isso, a população envelhece e surgem as doenças crônicas, como as cardiovasculares e o câncer”, pontua.

Doenças do coração são mais comuns entre pessoas da terceira idade e geralmente aparecem em forma de infarto e insuficiência cardíaca.

“Nos mais jovens o risco de infarto é maior em homens, mas as mulheres, após a menopausa, passam a ter um risco semelhante ou até maior, pois perdem proteção dos hormônios femininos. Na terceira idade, portanto, o risco é grande em ambos os sexos”, completa. O médico reforça a importância de idosos consultarem um cardiologista com frequência.

Prevenção – Leandro Goulart não descarta que números tão alarmantes relacionados à doenças cardíacas no Brasil também estejam relacionados a péssimos hábitos alimentares.

“Uma das principais causas de desfechos cardiovasculares é a aterosclerose – acúmulo de gorduras nas artérias”, pontua. Além disso, doenças cardíacas que antes eram mais comuns em idosos, hoje já acometem jovens e, para ele, os mais novos precisam repensar hábitos de vida para evitar problemas cardiovasculares.

O médico reforça que hábitos saudáveis durante a vida são o melhor tipo de prevenção para se chegar à terceira idade sem complicações no coração.

“Grande parte dos idosos que hoje apresentam doenças cardíacas, desconheciam como se proteger quando eram jovens. Atualmente estamos mais bem informados quanto às ações preventivas”, considera. Ele destaca ainda a importância de viver sem grandes estresses e com atividade física em dia.