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Os endividados

Corda no pescoço obriga consumidor a fugir da poupança

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Carolina Paiva, Edição

Desemprego em alta e poder de compra em baixa. Estes dois fatores conjugados têm sido os vilões do orçamento das famílias brasileiras. Segundo levantamento conduzido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), para 76% dos consumidores do país guardar dinheiro está sendo uma tarefa impossível.

Os dados são referentes ao mês de abril, mas de acordo com dados anteriores, a dificuldade em economizar tem sido constante desde o início do acompanhamento, em janeiro deste ano.

No comparativo entre faixas de renda, as classes C, D e E têm o pior desempenho. Mais de 80% das pessoas pertencentes a essas faixas não conseguem economizar. Entre as classes A e B, os valores caem para 57%.

Quando o assunto é reserva financeira, 64% do total de pesquisados não possuem valores guardados para este fim. Nas classes A e B, o percentual é significativamente menor, 39%. Por outro lado, as pessoas que conseguem organizar melhor as finanças e poupar parte da renda somam 33,3%. Entre estes, 51% tiveram que recorrer às economias recentemente. Como justificativa para o uso dos valores estão: pagamento de despesas rotineiras (14%), circunstâncias imprevistas (12%) e quitação de débitos (10%)

As justificativas dadas pelos brasileiros que não conseguiram poupar nada estão relacionadas à baixa remuneração (47%), falta de renda (17%) e dificuldade em controlar as finanças (9%). Os motivos muito ligados à questão de renda indicam que, com salários baixos ou sem trabalho, fica ainda mais difícil economizar dinheiro .

Para aqueles que conseguem poupar parte do que ganham, mesmo que em pequenos valores, a orientação é manter o hábito de poupador. Isso porque, se a situação não está favorável para que seja reservada uma quantia maior, ao menos não se perde o costume de guardar parte da renda pensando no futuro. Quando não é viável economizar um valor do pagamento mensal, uma alternativa é poupar rendas extras que podem surgir eventualmente

Pequenos aportes mensais podem parecer inúteis, mas após alguns meses já é possível ter um saldo razoável para lidar com situações de emergência, como consultas médicas ou despesas com manutenção de veículos. O desafio nesses casos é manter o foco para poupar continuamente e não sacar os valores por motivos superficiais.

Entre os brasileiros que possuem este hábito, a intenção é justamente lidar com imprevistos. Deste total, 38% economizam para se prevenir de problemas na família ou de saúde, 30% pensam na possibilidade de perder o emprego e 30% constroem uma reserva financeira para poder oferecer mais qualidade de vida para a família.

Surpreendentemente, respostas ligadas ao consumo ficaram em segundo plano. Apenas 22% dos brasileiros disseram poupar para adquirir um produto ou serviço, 20% economiza focando em viagens, 17% guarda dinheiro para arcar com custos de educação e 16% reserva parte da renda para realizar o sonho da casa própria.

Para resguardar as economias, grande parte (68%) dos entrevistados disse utilizar a poupança. O segundo lugar mais citado foi dentro de casa, hábito que não é recomendado por especialistas devido à segurança e também pela perda de rentabilidade.

Em terceiro lugar na preferência, estão os fundos de investimento com 8% e a Previdência Privada também com 8%. Em seguida, vêm Certificados de Depósito Bancário (6%) e títulos do Tesouro Direto (5%). A popularidade da poupança, mesmo com rentabilidade menor que outras modalidades, demonstra a dificuldade em explorar novas possibilidades, muitas vezes causada para falta de informação sobre as opções disponíveis no Mercado Financeiro

Esses resultados evidenciam a importância de um bom controle financeiro para o equilíbrio do orçamento familiar. O planejamento financeiro quando bem feito traz benefícios tanto no presente quanto no futuro, diminuindo a dificuldade em lidar com imprevistos e evitando a aquisição de dívidas por inadimplência ou empréstimos.

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