Coreia terá satélite para disparar mísseis nucleares

O líder norte-coreano Kim Jong-un anunciou o desenvolvimento de satélites militares para disparar mísseis nucleares, durante sua visita à Administração Estatal de Desenvolvimento Espacial. Os equipamentos terão diferentes esferas de aplicação, incluindo satélites meteorológicos, de sondagem remota da Terra, de comunicação, educacionais e científicos.

Ao comentar o assunto, Kim Dong-yup, professor assistente da Universidade de Estudos Norte-coreanos da Coreia do Sul, alertou para não subestimar Pyongyang.

O líder norte-coreano também forneceu informações detalhadas sobre o papel dos satélites de observação militar, destacando a relevância de possuir capacidades de observação espacial para monitorar mudanças constantes e redistribuições inimigas , particularmente à luz da implantação de numerosos meios estratégicos dos EUA na península coreana.

“Kim Jong-un deixou claro que a Coreia do Norte precisa do satélite de observação militar para fornecer às forças militares coreanas coordenadas precisas ou rotas de avanço em tempo real para atingir os inimigos com vários mísseis e outras formas de lançar armas nucleares”, disse o professor Kim.

Kim Jong-un também enfatizou a necessidade de reforçar o potencial de defesa independente do país para emprego preventivo de força militar e atribuiu especial sentido e importância a essas medidas como a espinha dorsal da soberania da Coreia do Norte e do direito à autodefesa.

Ele deixou claro que a Coreia do Norte precisa do satélite de observação militar para fornecer às suas forças militares coordenadas precisas ou rotas de avanço em tempo real para atingir os inimigos com vários mísseis e outras formas de lançamento de armas nucleares. Este anúncio se alinha com a ênfase colocada no fortalecimento das forças de dissuasão na 6ª reunião do Comitê Militar Central Ampliado do 8º Partido realizada em 10 de abril.

“É difícil dizer quais são as capacidades do satélite de observação coreano, e alguns podem querer descartar isso como sem sentido. Não devemos superestimar o potencial norte-coreano e subestimá-lo, o que é ainda mais perigoso”, alertou o especialista.

Ele previu que a implantação do satélite de observação acontecerá entre maio e setembro, seguindo todas as regras e procedimentos internacionais, inclusive informando a Organização Marítima Internacional e a Unidade Internacional de Comunicações Elétricas para garantir a legitimidade da implantação. Como o satélite é militar e de observação, é provável que tenha o nome de Kim Jong-un, em vez de ter um nome comum Kwangmyongsong-5.

Além disso, Kim Dong-yup observou que Kim Jong-un estava acompanhado por líderes da Agência de Inteligência Técnica do Exército Popular da Coreia do Norte, o que sugere que pode estar controlando esses ativos militares no futuro.