Mais uma vez, o Corinthians vai ter de digerir uma eliminação dentro de casa. O time venceu o Colo-Colo por 2 a 1 nesta quarta-feira, devolveu a derrota que havia sofrido no Chile (1 a 0), mas foi eliminado nas oitavas de final da Copa Libertadores por ter permitido um gol do rival em casa. O time do técnico Osmar Loss ficou a um gol da vaga.
Nos últimos três anos, a equipe já havia caído seis vezes em casa em confrontos decisivos: semifinal do Paulistão (2015 e 2016), oitavas da Libertadores (2015 e 2016), oitavas da Copa do Brasil (2015) e quarta fase do Copa do Brasil de (2017). A fase de oitavas de final tem sido especialmente cruel com o time da casa, que já foi eliminado nesta edição das edições de 2013, 2015 e 2016.
A exemplo do que havia acontecido em eliminações anteriores, como em 2015, 2016 e 2017, o time mostrou descontrole emocional e teve uma expulsão. Desta vez, foi Danilo Avelar.
Após a queda na Libertadores, o time vai se concentrar na disputa da Copa do Brasil – está na semifinal, diante do Flamengo – e procurar se recuperar no Campeonato Brasileiro.
Como os corintianos previram, o jogo foi catimbado desde o início. Chiadeira e provocação. Os rivais tentaram se impor emocionalmente, mas fraquejaram na defesa. Isso ficou claro aos 7 minutos com um chute de fora da área de Douglas. Havia espaço. Intenso, vibrante, rápido e eficiente, o Corinthians acuou o rival. A única nota triste do início foi a contusão de Pedro Henrique, substituído por Léo Santos. Essa alteração teria influência direta no resultado.
O domínio tático ficou marcado em um lance aos 14 minutos: Pedrinho tentou um voleio e a bola bateu na mão de Orezo. Pênalti. Era tudo o que o Corinthians precisava: um gol no início do jogo para zerar a decisão (no jogo de ida, 1 a 0 para o Chile). Jadson fez seu sexto gol em sete jogos nesta Libertadores.
O Corinthians se preparou para essa decisão de uma maneira que ainda não havia feito. Foram dois dias de concentração; a regra é um só. O treinamento de terça-feira foi fechado, algo inédito em três meses sob o comando de Loss. Foi nesse último ensaio que ele definiu Roger no lugar de Clayson.
Deu certo no início do jogo. O Corinthians tinha maior presença de área, mesmo que o centroavante tenha feito só dois gols em 15 jogos. Era a presença física que incomodava os chilenos. Aos 22 minutos, Roger abriu espaço e sofreu falta. Jadson cobrou e o goleiro defendeu. Grande chance.
Depois de 20 minutos nas cordas, o time chileno começou a respirar, tocando a bola. O meia Valdivia, velho conhecido corintiano, começou a encontrar espaços para jogar. O Corinthians sabia que tinha de marcar o ex-palmeirense, mas não conseguiu fazê-lo com eficiência. Primeiro, ele deixou Ralf com cartão amarelo. Em seguida, o jogador de 34 anos criou a jogada do empate. Lucas Barrios, outro ex-palmeirense, ganhou dos dois zagueiros e finalizou a jogada de cabeça.
O Corinthians reagiu com jogadas de Roger e uma furada de Fagner na área. Mas o momento do jogo foi simbolizado pelas arquibancadas: no final do primeiro tempo, só a pequena torcida do Colo-Colo fazia barulho na Arena Corinthians. O time da casa jogou bem até sofrer o empate. Aí parou.
Romero tinha atuação ruim, com poucos lances efetivos. Jadson e Pedrinho sofriam para fugir da marcação. A saída era a bola aérea. Na segunda cobrança de escanteio seguida de Jadson, Henrique apareceu livre na pequena área. Orion salvou com os pés Vinte minutos, em nova cobrança de escanteio, Roger, que vinha sendo criticado a lance perdido, desviou com o pé direito e marcou o segundo gol. Foi sua redenção particular dentro do jogo
A Arena Corinthians voltou a ser um caldeirão. Os desenhos táticos ficaram em segundo plano. Emocionalmente, o time da casa retomava o leme da partida. O Colo-Colo – leia-se Valdivia e Barrios – cansou. Com desenho tático em segundo plano, mais na base do coração e da vontade do que em uma estratégia, o time cruzou bolas na área, mas não conseguiu o gol salvador.