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Coronavírus exige novas práticas em casa

A pandemia do novo coronavírus estabeleceu novas práticas em nossa casa durante o isolamento social, mas, também terá interferência direta no planejamento de espaços físicos, sejam eles públicos ou privados, a partir da reabertura dos estabelecimentos ao redor do mundo. Como seguirão os projetos de agora em diante?

Diversos restaurantes, teatros e escolas já divulgam um pouco dessa nova realidade: distanciamento físico, equipamentos de proteção/prevenção e rodízio entre os frequentadores. Se anteriormente à pandemia não havia qualquer preocupação de estar em meio a aglomerações, seja numa fila do banco, na hora do recreio ou em um restaurante lotado, esse cenário já não faz mais parte do nosso dia a dia e, com certeza, mudará nossa forma de nos relacionar com o próximo. A população está se adaptando ao que já existia.

Diante desta realidade, designers de interiores e arquitetos têm uma grande missão pela frente: aplicar conhecimentos que abrangem funcionalidade, circulação, ergonomia, além, é claro, de senso estético, a partir destas novas condutas de higiene e proteção à saúde das pessoas para projetar. Resta, porém, uma grande dúvida: será este um procedimento temporário – quem sabe até a chegada da vacina – ou fará parte das diretrizes de quem idealiza e executa os projetos para sempre?

Se você fosse construir um restaurante hoje, como ele seria? Mesas em uma área aberta? Salão com menos circulação de clientes e funcionários? Dispositivos com álcool gel em toda área pública? Balcão na rua para pedidos, retirada e delivery? E como gerenciar a fila de espera? Todo o programa arquitetônico deverá levar em conta questões antigas com uma nova visão.

Eu aposto em mudanças pontuais a curto prazo, mas com alguns princípios que se estenderão ao longo de gerações, principalmente entre os projetos que pressupõem um grande fluxo e concentração de pessoas, como igrejas, moradias populares, escolas, bares e centros de entretenimento ou eventos: pé direito alto, circulação inteligente, áreas abertas e distanciamento obrigatório… Afinal, esta pandemia deixou clara uma lição para mim: globalizados, somos reféns de qualquer tipo de ocorrência. Mesmo que ela tenha origem, literalmente, na China, vai nos afetar.

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