Dois dias após descobrirem a identidade de Vermelho, os agentes, com todas as provas disponíveis, marcaram uma reunião com Miranda e Rafael. Tanto o delegado como o escrivão ficaram perplexos com a reviravolta do caso do assassinato de Susana.
A perplexidade, todavia, veio acompanhada de uma imensa dose de alívio, pois todos ali se sentiam extremamente abalados quando um policial era acusado de um crime. Não que fossem ingênuos de acreditar que todos eram cumpridores da lei, mas um caso envolvendo alguém tão próximo mexeu com o sentimento deles.
Miranda, que havia sido o relator do inquérito contra Marcelo, sabia que a mera palavra do motorista de Uber não seria suficiente para livrar a cara do colega. O fato de haver várias provas de envolvimento de Dourado Flecha com o tráfico de drogas não o colocava como mandante daquela armação toda contra Marcelo. Eles precisariam de provas!
Rafael, assim como Miranda, era um especialista em direito penal e direito processual penal. Ele dava aulas em um cursinho preparatório para concursos públicos. Por isso, ele concordou com o pensamento do delegado. Seja como for, os quatro teriam que pensar em conjunto para livrar Marcelo das acusações injustas e, se possível, conseguir prender Flecha Dourado e toda a corja que o rodeava.
Os quatro homens da lei concordaram que deveriam buscar câmeras entre o trajeto da casa de Flavio até o apartamento de Marcelo. Essa missão ficaria a cargo de Pedro e Gustavo, enquanto Miranda e Rafael iriam se debruçar sobre as investigações para tentar encontrar algo que pudesse ser útil.
Os agentes fizeram e refizeram o caminho mais provável do trajeto feito entre as duas residências. Anotaram cada câmera. Depois fizeram trajetos alternativos que, por ventura, poderiam ter sido tomados pela Hilux e pelo Golf.
Todas essas informações foram passadas para Miranda, que expediu uma ordem para averiguar as imagens captadas por cada uma delas. Nada! Nenhuma imagem dos veículos. O tempo corria contra Marcelo, que continuava trancafiado naquela cela fria da Papuda.
Domingo, 19, mais um capítulo