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Corrupção contra-recibo inova na Petrobras, a ‘casa da Mãe Joana’

A esculhambação e a certeza de impunidade eram tantas na Petrobras, que o pagamento de propina tinha até recibo. A empreiteira Galvão Bueno apresentou à Polícia Federal uma série de notas fiscais que, segundo a empresa, comprovam o pagamento de propinas no valor de R$ 8,8 milhões à Diretoria de Serviço da estatal, ligada ao PT.

Pelos recibos, os pagamentos foram feitos entre 2010 e 2014 à empresa de consultoria de Shinko Nakandakari, braço-direito de Renato Duque, ex-diretor da área de serviços da Petrobras, que está preso, e é acusado de operar o esquema delituoso junto  a políticos petistas. A Galvão Engenharia alega que cedeu à pressão para dar a propina porque ela vinha sendo preterida nas licitações da Petrobras.

Outro escândalo denunciado nesta semana. A Sete Brasil, que a Petrobras criou para viabilizar a construção das sondas, do pré-sal, já desembolsou R$ 16 bilhões por sondas que sequer tiveram suas obras iniciadas. Alguns  estaleiros nem estão prontos para  desenvolver os projetos das sondas.

A Sete Brasil foi desenhada a partir de abril de 2008,na Diretoria de Engenharia da Petrobras, que era comandada por Renato Duque. Ele foi indicado pelo então poderoso chefe da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, hoje preso por sua condenação no processo do mensalão do PT.

Na quarta-feira, dois procuradores da Operação Lava-jato viajaram para Suíça para tentar recuperar parte do dinheiro enviado para lá por envolvidos nos escândalos da Petrobras.

Antes do recesso do Poder Judiciário, previsto para 18 de dezembro, o Ministério Público acusará ao menos, cinco empreiteiras por crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa, e o ex –diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, por corrupção. Valor bloqueado pela justiça  em contas e investimento de suspeitos já passa dos R$ 100 milhões.

Os políticos com mandato parlamentar e ministros de Estado, que foram investigados, pela operação Lava –Jato, serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal, por terem foro privilegiado. Esse processo, por enquanto, corre em segredo de Justiça.

Cláudio Coletti

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