A cada dia que passa mais informações enriquecem as denúncias da corrupção na Petrobras, maior empresa estatal do país. Os desvios de recursos apurados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no total de R$ 3 bilhões, incluem prejuízos na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e perdas em obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e da Refinaria Abreu de Lima, em Pernambuco.
Para o presidente do TCU, ministro João Augusto Nardes, esse é o maior escândalo já investigado pela Corte. Ao desbaratar a quadrilha que agia na empresa, a Polícia Federal estimou que o esquema criminoso, atuante nos governos de Lula e Dilma, teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.
O dinheiro surrupiado, conforme confissões dos dois principais presos pela Polícia Federal, era destinado ao PT, PP, PMDB e parlamentares da base aliada do governo, aproximadamente 80 deputados e senadores.
Esta semana, no Congresso Nacional, os governistas obstruíram os trabalhos de investigações da CPI da Petrobras. Sob o protesto dos parlamentares da oposição – PSDB, DEM e PPS, o presidente da CPI, senador Vital do Rego (PMDB-PB) encerrou abruptamente a reunião em que se discutia a convocação de envolvidos no escândalo da estatal, entre eles o tesoureiro do PT, João Vacari Neto.
É justamente esse presidente da CPI que o Palácio do Planalto quer indicar para ministro do TCU, na vaga a ser aberta até o fim do mês com a aposentadoria do ministro José Jorge, que é exatamente o relator do processo que analisa os malfeitos ocorridos na Petrobras.
O Ministério Público da Holanda descobriu que a SBM Sffshore – empresa daquele país que tem contrato de R$ 27 bilhões para fornecimento de navios – plataformas à Petrobras – pagou entre 2007 e 2011 R$ 200 milhões de dólares em suborno no Brasil.
As negociatas da Petrobras estão também sendo investigadas nos Estados Unidos. Calcula–se que, ante os escândalos de corrupção, a Petrobras já perdeu R$ 247 bilhões em valor de mercado.
Cláudio Coletti
Publicado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br