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CPI começa com Bolsonaro num banco de sangue

Está tudo pronto no Senado para a instalação nesta terça, 27, da CPI da Covid, também conhecida como Comissão Parlamentar de Inquérito da UTI do Palácio do Planalto. Manobras bolsonaristas tentam impedir que Renan Calheiros (MDB) seja eleito relator das investigações. Mas o certo é ue, com ou sem a relatoria do senador alagoano, a CPI fará Jair Bolsonaro sangrar como se o presidente estivesse sentado na cadeira de um hemocentro.

O clima entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, em torno da CPI, é de guerra. Sob ataque e sem maioria no colegiado, o governo indicou que partirá para o confronto contra o G-7, grupo de sete senadores considerados independentes e de oposição, fazendo uma espécie de dossiê sobre os adversários. Dos 11 integrantes do colegiado, apenas quatro são pró-Planalto.

Com a CPI mirando erros e omissões do governo no combate à pandemia, Bolsonaro decidiu reforçar as ameaças e também engrossou o tom contra governadores que determinaram medidas de isolamento social para conter a propagação da doença. “Está chegando a hora de o Brasil dar um novo grito de independência”, disse ele e mais um dos seus arroubos de autoritarismo desde que assumiu a presidência.

A justiça proibiu Renan de ser relator. Mas Rodrigo Pacheco (DEM-MG) disse que é o tipo de ordem que não será cumprida. A decisão sobre a relatoria cabe aos integrantes da CPI, e nem ele, presidente do Senado, tem poderes para interferir, garante o presidente do Congresso Nacional. Foi mais um tiro no pé de Bolsonaro, dado por sua fiel escudeira na Câmara Carla Zambelli (PSL-SP), que conseguiu uma liminar que vale menos do que as máscaras que os negacionistas evitam usar.

O certo é que o acordo está fechado entre sete dos 11 senadores que compõem a CPI. O presidente será Omar Aziz (PSD-AM), cabendo a Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a vice-presidência.. Renan Calheiros, como relator, fará o papel de auxiliar de enfermagem do hemocentro que diz ao paciente que não precisa ter medo na hora de receber agulha na veia, porque, quer queira quer não, o sangue precisa ser retirado para passar não por um exame, mas por um verdadeiro Raio X.

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