A CPI da Petrobras na Câmara vai centrar ainda mais no PT sua artilharia neste segundo semestre. Já na primeira quinzena de agosto, os deputados devem marcar o depoimento do diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, cuja convocação foi aprovada no mês passado.
Até o início de setembro, a comissão comandada pelo deputado Hugo Motta (PMDB-PB), aliado do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer aprovar também o requerimento de convocação e marcar o depoimento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
A pedido do PSDB, Okamotto – amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde os tempos do sindicalismo – deve depor antes das manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff marcadas para o próximo dia 16. Aliados de Cunha acreditam, porém, que Okamotto deve comparecer à CPI munido de autorização judicial para ficar calado.
O requerimento de convocação de Okamotto foi aprovado em junho, durante uma tumultuada sessão da CPI, após a revelação de que o Instituto Lula recebeu doações de R$ 3 milhões, entre 2011 e 2013, da Camargo Corrêa, uma das empreiteiras alvo da Operação Lava Jato.
O aliado de Lula foi convocado às vésperas do Congresso do PT, o que irritou o ex-presidente. Lula reclamou com dirigentes petistas e deputados da bancada e chegou a telefonar para o vice-presidente Michel Temer para se queixar do comportamento dos peemedebistas.