A reunião da CPI da Pandemia começou atrasada e tensa nesta quinta-feira, 19. Dia de depoimento de Francisco Maximiano, dono a Precisa Medicamentos, os senadores aprovaram 187 requerimentos, incluindo o acesso aos dados fiscais do deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, e do advogado do presidente Jair Bolsonaro Frederick Wassef.
A definição de quais requerimentos seriam aprovados foi alvo de especial atenção dos senadores .A sensibilidade de alguns assuntos, como a quebra de sigilo de blogueiros bolsonaristas e o pedido de compartilhamento de informações de inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito de fake news, foram alvo de debate entre oposicionistas e governistas.
O cerco a Ricardo Barros, que virou investigado, vem incomodado o Palácio do Planalto. Já sobre Wassef, senadores querem apurar se o advogado teve algum envolvimento no processo de aquisição de vacinas contra a Covid-19. Também foi encaminhando pedido de informações à Receita Federal sobre a relação de empresas das quais Barros e Wassef participaram nos últimos cinco anos, incluindo eventuais sociedades anônimas.
Os parlamentares desejam saber o faturamento, a relação de notas fiscais emitidas, os maiores clientes e fornecedores e detalhamento do lucro dessas empresas, além de informações relacionadas a “indícios de crimes, fraudes, irregularidades ou comportamentos e movimentações atípicas”.
Os senadores também aprovaram a quebra de sigilo bancário e fiscal de Allan dos Santos, blogueiro e apoiador do presidente Jair Bolsonaro. Ele é alvo de dois inquéritos em andamento no STF e de uma denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal.
Os senadores avançam nas investigações sobre a aquisição de vacinas por meio de empresas intermediárias; o uso de hospitais federais do Rio de Janeiro para desvio de verbas; e o financiamento e a propagação de notícias falsas sobre a pandemia do coronavírus.
Em um dos requerimentos aprovados, o relator Renan Calheiros aponta que há entre diversas pessoas citadas registros de “passagens de recursos e/ou relacionamentos comerciais com origem ou destino na empresa Precisa Medicamentos, seus sócios, familiares destes e outros investigados por esta CPI”.
Também foram aprovados os requerimentos de convocação de Roberto Pereira Ramos Junior, presidente do FIB Bank, do advogado Marconny Nunes Riberto Albernaz, e de José Ricardo Santana, empresário que participou de jantar no qual teria havido cobrança de propina por parte do então diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias – o ex-diretor nega as acusações.
Veja algumas das decisões:
Movimentação financeira
Ricardo Barros, deputado federal;
Frederick Wassef, advogado;
Marcelo Bento Pires, coronel da reserva;
Thais Moura Amaral, assessora da Secretaria de Governo;
Danilo Cesar Fiore;
Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa;
José Carlos da Silva Paludeto;
Global Gestão em Saúde;
R.C.6 Mineração;
XIS Internet Fibra;
Instituto de Florestas do Paraná;
Construtora Magalhães Barros;
Centro de Educação Profissional Técnico Maringá;
AKB Magalhães Barros Locações.
Sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático
José Ricardo Santana:
Empresa Brasil Paralelo;
Márcio Luis Almeida dos Anjos;
Global Gestão em Saúde;
ML8 Serviço de Apoio Administrativo;
Maia e Anjos advocacia;
Emanuel Catori;
Senah;
FIB Bank;
XIS Internet Fibra;
Filiais da Precisa Medicamentos;
Primarcial Holding.
Quebra de sigilo bancário e fiscal
Allan dos Santos, blogueiro;
Precisa Medicamentos.
Relatórios ao Coaf
Danilo Berndt Trento;
Empresa Cetest;
Organização Social Instituto Solidário;
Cruz Vermelha Brasileira – Filial do Rio Grande do Sul;
Diretores e ex-diretores de hospitais federais do Rio.
Novas convocações
Roberto Pereira Ramos Junior, presidente do FIB Bank;
Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria, advogado;
Jaime José Tomaselli, executivo da World Brands;
Emanuel Catori, sócio da Belcher Farmacêutica;
Ricardo Santana, Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos;
Luiz Henrique Lourenço Formiga, diretor do FIB Bank.
Transferência do sigilo telemático
Verdade dos Fatos;
Movimento Conservador;
Farsas do Covid-19;
Patriotas;
Brasil de Olho;
Alemanha Comentada.