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CPI pode afundar de vez ou virar boia de Bolsonaro

A determinação de Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal, para que o Senado instale a CPI da Pandemia, para apurar a atuação do governo federal no enfrentamento da pandemia de coronavírus foi vista inicialmente como um grande risco de desgaste político para o presidente Jair Bolsonaro.

O objetivo inicial dos senadores é investigar a responsabilidade da União na falta de vacinas e no alto número de mortes — mais de 354 mil pessoas morreram no Brasil vítimas da covid-19.

Dois fatores, porém, podem reduzir o potencial de impacto da CPI para Bolsonaro. O primeiro deles é a movimentação de alguns senadores para aumentar o escopo da comissão, incluindo também como alvos governos de Estados e municípios — ampliação que atende a pedido do próprio presidente e, na visão de críticos, pode inviabilizar a investigação por excesso de temas a serem apurados.

O segundo fator é a própria pandemia que tende a criar limitações ao funcionamento da CPI, devido à necessidade de distanciamento social. Isso deve impedir depoimentos presenciais e também a colheita de provas sigilosas, como documentos do governo, que exigiriam a ida de senadores a órgão públicos.

Há ainda a possibilidade de que ela não seja instalada de imediato, sob a justificativa de que só seria viável com funcionamento presencial. Na quarta-feira (14), o plenário do STF decidirá se referenda ou não a decisão do Barroso e a Corte deve discutir se o início da CPI pode ser adiado até que os trabalhos do Senado voltem à normalidade.

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