Balaio de gato
CPI protocola carta no Planalto cobrando explicações de Bolsonaro
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emJá está no Palácio do Planalto carta da CPI da Pandemia cobrando informações do presidente Jair Bolsonaro sobre ações do governo no enfrentamento da pandemia do novo cronavírus. O texto, assinado pelos senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros também cobra uma posição sobre o suposto envolvimento do líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros, nos ‘negócios’ para a compra de vacinas.
As cobranças são fruto dos últimos levantamentos de irregularidades, mas ganharam ênfase quando o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor da Saúde Luis Ricardo Miranda, prestaram depoimento onde disseram que relataram a Bolsonaro suspeitas de irregularidade na compra da vacina indiana Covaxin. Esse encontro foi no dia dia 20 de março. Desde então, o presidente não tocou no assunto.
Bolsonaro se tornou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão do episódio, que investiga se o chefe da nação teria cometido o crime de prevaricação no caso. Na carta os senadores pedem que Bolsonaro responda aos questionamentos em caráter de urgência, diante da “gravidade” das imputações feitas a uma “figura central” da administração pública. “Que vossa excelência desminta ou confirme o teor das declarações do deputado Luis Miranda”, cobram.
Os senadores também descrevem que tomaram essa iniciativa de maneira formal tendo em vista que, após 13 dias das declarações de Miranda, o presidente ficou em silêncio. Mas, se falar, o presidente terá afastado “de forma categórica, pontual e esclarecedora” as graves afirmações atribuídas a ele, e que recaem ainda sobre o líder do governo na Câmara.
“Somente Vossa excelência pode retirar o peso terrível desta suspeição tão grave dos ombros deste experimentado político, o deputado Ricardo Barros, o qual serve seu governo em uma função proeminente”, dizem. Os senadores afirmam que o propósito da carta é de colaboração, esclarecimento e elucidação dos fatos, e que a manutenção do silêncio de Bolsonaro em relação a este fato específico cria uma situação “duplamente perturbadora”.
“De um lado, contribui para a execração do deputado Ricardo Barros, ao não contar com desmentido firme e forte daquele que participou da conversa com os irmãos Miranda. Segundo, ao não desmentir o relato do deputado Luis Miranda, impede-se que, em não sendo verdadeiras as referenciadas informações, sejam tomadas medidas disciplinares pertinentes, porquanto é inadmissível que um parlamentar, no exercício do mandato, faça tal afirmação envolvendo o Presidente da República e Líder do governo, e sendo inverídica, não responda por este grave ato”, acentual os dirigentes da CPI.
Os senadores indicam ainda que caso Bolsonaro desminta de forma assertiva as palavras de Miranda, a CPI se compromete a solicitar do deputado esclarecimentos adicionais e provas do que disse, e, na hipótese de não haver provas, tornar claro que se trata apenas de um “conflito de versões”.
Os senadores encerram a carta citando um versículo bíblico diversas vezes citado por Bolsonaro. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. “Diante do exposto, rogamos a Vossa Excelência que se posicione, de maneira clara, cristalina, republicana e institucional, inspirando-se no Salmo tantas vezes citado em suas declarações em jornadas pelo País”, conclui a cúpula da CPI.